"Iancu Tucarman tinha uma incrível generosidade até com quem o enviou para o inferno quando era adolescente. Apesar do sofrimento e da tristeza que caracterizaram sua 'segunda vida', sempre buscou a beleza e a bondade", disse Andrei Muraru, historiador e conselheiro da presidência romena.
Segundo o embaixador de Israel em Bucareste, David Saranga, Iancu Tucarman morreu de coronavírus.
"Sobrevivente de horrores perpetrados durante o pogrom de Iasi", que custou a vida de 13.000 judeus, "este homem, impulsionado por um incrível desejo de viver, não foi capaz de lutar contra este implacável vírus", disse o diplomata.
Em 29 de junho de 1941, milhares de judeus da cidade de Iasi (noroeste) foram reunidos em uma delegacia de polícia por ordem do marechal pró-nazista Ion Antonescu.
Parte deles foi assassinada naquele lugar, enquanto os outros, entre 7.000 e 8.000, foram levados em vagões para gado. Grande parte morreu de asfixia após uma viagem de 10 horas.
Depois de negar por muito tempo seu envolvimento no Holocausto, a Romênia criou em 2003 uma comissão internacional de historiadores comandada pelo prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel para esclarecer os fatos.
Segundo o relatório desta comissão, entre 280.000 e 380.000 judeus romenos morreram sob o regime de Antonescu nos territórios controlados pela Romênia.
BUCARESTE