"Garantam aos argentinos o que os argentinos consomem e todo o restante exportem o que quiserem pelo preço que quiserem", disse Fernández à Rádio Con Vos, ao pedir um "princípio de solidariedade".
Três das entidades que agrupam os produtores agrícolas anunciaram o fim da comercialização de grãos a partir de segunda-feira e até a próxima quarta.
A Argentina é um dos principais produtores mundiais de alimentos e é o terceiro exportador de milho, atrás dos Estados Unidos e Brasil.
Segundo o governo, a restrição sobre o milho, insumo crucial em várias indústrias alimentícias, visa garantir o abastecimento interno e se aplica quando já foi exportado 89% da produção e resta um saldo exportável de cerca de quatro milhões de toneladas.
A economia argentina está em recessão desde 2018 e 40,9% da população está na pobreza e afetada por uma inflação elevada que chegou a 53,8% em 2019 e está em torno de 37% na estimativa de 2020, segundo cálculos preliminares.
O Conselho Agroindustrial Argentino, que reúne 57 entidades, alertou em nota que "fechar as exportações é a pior forma de conter a inflação ou de dar garantias de segurança alimentar".
A Mesa de Enlace del Campo, que reúne diferentes sindicatos agrícolas, rejeitou a decisão do governo, considerando "uma medida absolutamente danosa para o campo e para a Argentina como um todo", segundo um comunicado.
Os produtores também rejeitam o controle cambial vigente na Argentina devido à escassez de divisas. O peso argentino é cotado em torno de 90 pesos por dólar no mercado oficial e até 160 no paralelo.
Por outro lado, exigem a redução dos impostos sobre as exportações de grãos, que pagam 33% no caso da soja e 12% no caso do trigo e milho.
BUENOS AIRES