O texto foi coordenado por David Smolansky, ex-prefeito opositor do governo de Nicolás Maduro e coordenador do Grupo de Trabalho criado pela secretaria da OEA para os emigrantes venezuelanos.
O grupo concluiu que a pandemia agravou a crise migratória, uma vez que as medidas motivadas pela crise sanitária aumentaram as dificuldades dos emigrantes. Segundo projeções, se as fronteiras fossem reabertas e o governo venezuelano, mantido, o total do êxodo poderia chegar a 7 milhões de pessoas em 2021.
A ONU contabiliza atualmente 5,4 milhões de emigrantes e refugiados venezuelanos no mundo, dos quais menos da metade possui documentos. Um total de 31% dessa população está na Colômbia e, em seguida, em Peru, Chile e Argentina, segundo as Nações Unidas.
Em seu balanço de 2020, o grupo de trabalho da OEA destaca que a pandemia mudou a dinâmica da emigração e obrigou muitas pessoas a retornarem à Venezuela, por terem perdido suas condições de vida ou devido ao medo gerado pelo novo coronavírus.
Segundo o estudo, mais de 140 mil venezuelanos voltaram para casa, 134 mil a partir da Colômbia e cerca de 8 mil, do Brasil. Ao retornarem, muitos foram "estigmatizados e criminalizados" e sofreram "tratamentos cruéis e degradantes" por parte do governo Maduro, que não é reconhecido por mais de 50 países.
A reativação das economias vizinhas resultou, a partir de setembro, numa retomada do fluxo de saída, mas, devido ao fechamento de fronteiras, os emigrantes enfrentam, agora, trajetos irregulares ou por rotas marítimas perigosas, o que aumenta a sua vulnerabilidade.
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