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Estado de Minas

ONG denuncia abuso sexual de meninas em abrigos da América Central


11/12/2020 17:19

Várias meninas teriam sido vítimas de abusos sexuais em abrigos de Honduras, montados para atender vítimas dos ciclones Eta e Iota, denunciou nesta sexta-feira (11) uma organização humanitária com sede no Panamá, que acredita que o risco existe também em outros centros semelhantes na América Central.

"A violência contra meninas em abrigos é evidente, com relatos, por parte de autoridades dos centros, do governo e de outras pessoas da comunidade, de abuso sexual", alertou em um comunicado Laura Rey, gerente de programas e influência da ONG Plan International em Honduras.

Neste país centro-americano, há "dois casos confirmados de abuso sexual de meninas em abrigos", acrescentou Rey.

No entanto, a Plan International, com sede regional no Panamá, suspeita que existam mais casos de supostos abusos sexuais em abrigos na América Central.

"Com base em nossa experiência atendendo emergências em todo o mundo, sabemos que existe um grande risco de assédio e abuso sexual contra meninas em abrigos em toda a região", disse à AFP Amalia Alarcón, gerente regional de programas e influência da organização.

"O fato de antes mesmo do segundo furacão em Honduras já terem sido denunciados dois casos é uma prova clara de que mais uma vez o roteiro está se repetindo. O grande desafio é que a maioria desses casos não são denunciados", acrescentou.

Durante a primeira quinzena de novembro, os ciclones Eta e Iota afetaram 6,2 milhões de pessoas na América Central, causando mais de 200 mortes e dezenas de desaparecidos. Cerca de 130 mil pessoas, das quais 53 mil crianças, ainda permanecem em 1.200 abrigos oficiais na Guatemala, Honduras e Nicarágua.

De acordo com a Plan International, muitos desses centros não têm espaços preparados para a higiene pessoal das meninas, banheiros separados ou lugares adequados para que elas durmam sem medo.

"Nós, meninas, temos medo de que um adulto nos estupre", declarou Angie, uma nicaraguense de 13 anos, segundo um depoimento fornecido à AFP pela ONG.

Angie, nome fictício, contou como em uma ocasião um adulto se aproximou dela para se insinuar, agarrar sua mão e convidá-la "para um hotel".

"Eu me assustei, empurrei ele e saí correndo, depois ele ficou bravo, começou a xingar e me ofender e me mandou ir com ele, mas eu não fui", disse a menor, que também denunciou que jovens e adultos a incomodam, não a deixam dormir ou tomar banho direito "porque estão sempre ali me espionando e me sinto vigiada".

As meninas sofrem "violência" porque "vivem com desconhecidos" e "podem ser excluídas" ou não receber "os mantimentos necessários", segundo o depoimento da guatemalteca Patricia, de 16 anos.


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