
"Uma das nossas idosas chorou ao saber que vai poder abraçar a filha depois de quase 10 meses. Todos estão muito contentes, foi a melhor notícia do ano. E não é para menos, pois os familiares estão proibidos de entrar aqui desde fevereiro. O máximo de contato permitido é pela janela. Mas a cidade já passou por níveis de isolamento em que até as visitas nesse formato foram suspensas", conta o profissional de 41 anos.
Natural da capital paulista, ele mora há seis anos em Bournemouth, condado de Dorset - a 20 quilômetros de New Milton. Ele estima que os internos do Bupa Care Homes receberão a primeira dose do imunizante desenvolvido pelas empresas Pfizer e BioNTech em janeiro. O paulista, no entanto, será protegido antes, já na próxima terça-feira (15), na própria unidade em que atua. O aviso foi dado pelo National Health Service (NHS), o "SUS" britânico, esta tarde.

A lista segue nessa ordem: maiores de 80 anos, maiores de 75, maiores de 70, pessoas clinicamente vulneráveis, maiores de 65 anos, cidadãos entre 16 e 64 anos com comorbidades, maiores de 60 anos, maiores de 55, maiores de 50 e, por fim, o restante da população.
Borges, que passa até 12 horas ao lado dos hóspedes do asilo, respira aliviado com o início da vacinação. "Não digo que tive medo de morrer. Tive mais medo de infectar os idosos. De qualquer forma, foi uma temporada pesada. A COVID deixou tudo mais estressante. Com a doença, os colegas são constantemente afastados por suspeita de infecção, então sobra muito mais trabalho . A liberação da vacina foi a melhor notícia do ano. Sei que ela não põe fim à pandemia, mas é uma luz no fim do túnel ", comemora o brasileiro.
O paulista também celebra o fato de que a imunização permitirá a ele um contato mais próximo com a mãe, que chega à Inglaterra para visitá-lo em 20 de dezembro. "Eu vou poder abraçá-la, ficar perto dela. Estou muito feliz", comenta.
