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Estado de Minas

Terceira vacina reforça as esperanças na luta contra a pandemia


23/11/2020 18:50

As esperanças de campanhas maciças de vacinação contra a covid-19 que poderiam começar antes do fim do ano foram reforçadas nesta segunda-feira (23) com o anúncio de uma terceira vacina com boa eficácia.

A empresa britânica AstraZeneca, associada à universidade de Oxford, desenvolveu uma vacina com eficácia média de 70% e, em alguns casos, de 90%, segundo resultados provisórios dos testes clínicos em larga escala feitos no Reino Unido e no Brasil.

Estes resultados parecem menos conclusivos do que os de suas concorrentes, como Pfizer/BioNTech e Moderna, cuja eficácia supera os 90%.

Mas a vacina britânica tem a vantagem de usar uma tecnologia mais tradicional, o que a torna menos cara e sem a necessidade de ser conservada em temperaturas muito baixas.

O laboratório britânico diz que apresentará seus resultados rapidamente às autoridades para obter o primeiro aval. Graças a uma "simples cadeia de abastecimento", a vacina "será acessível e estará disponível em todo o mundo", disse Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou nesta segunda que o mundo deve garantir que as vacinas sejam distribuídas de forma justa em todo o planeta.

"Existe um risco real de que os mais pobres e vulneráveis sejam pisoteados na corrida pelas vacinas", advertiu.

A AstraZeneca avança rapidamente para fabricar até três bilhões de doses, que estarão disponíveis em 2021.

As vacinações, a começar pelos profissionais de saúde e as pessoas mais vulneráveis, deveriam ter início em meados de dezembro nos Estados Unidos e no começo de 2021 na Europa, com um aumento constante à medida que a produção crescer e se prepararem e validarem imunizantes de outros laboratórios.

Das 48 vacinas candidatas em desenvolvimento em todo o mundo, onze entraram na fase 3 de testes, a última antes da aprovação regulamentar, segundo a OMS.

- Toronto confinada -

Enquanto isso, as medidas restritivas são as únicas armas contra a pandemia.

No Canadá, onde a covid-19 matou mais de 11.000 pessoas, a cidade de Toronto foi posta em 'lockdown' nesta segunda-feira por pelo menos 28 dias.

"A situação é extremamente séria", disse o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford. A província mais populosa do Canadá acaba de superar a marca de 100.000 contágios.

Nos Estados Unidos, a epidemia continua se espalhando rapidamente, com quase 160.000 novas infecções registradas no domingo nas últimas 24 horas, segundo a Universidade Johns Hopkins.

As autoridades querem começar as vacinações em meados de dezembro. O governo já está planejando vacinar 20 milhões de pessoas em risco em dezembro e depois entre 25 e 30 milhões por mês.

A campanha será lançada quando as primeiras vacinas forem aprovadas pela FDA, a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, disse no domingo Moncef Slaoui, alto funcionário encarregado das operações de imunização do governo.

"Espero que possa ser no segundo dia depois da aprovação, em 11 ou 12 de dezembro", declarou.

O novo coronavírus infectou mais de 12 milhões de pessoas e causou cerca de 257.000 mortes no país, o mais afetado do mundo, à frente do Brasil (mais de 169.000 mortes).

A pandemia deixou cerca de 1,4 milhão de mortos em todo o mundo desde que a doença apareceu na China, no fim de dezembro, segundo contagem da AFP nesta segunda-feira. Mais de 58,6 milhões foram infectados.

A América Latina e o Caribe permanecem como a região mais atingida, com 434.831 falecidos (12.480.101 contágios), seguida da Europa, com 372.285 óbitos (16.439.462).

- Reabertura na Catalunha -

No Velho Continente, o confinamento e outras restrições impostas em muitos países para enfrentar a segunda onda começam a dar frutos.

No Reino Unido, o país mais castigado da Europa, com mais de 55.000 mortos, prevê iniciar um desconfinamento progressivo a partir de 2 de dezembro, de olho nas festas de fim de ano, e à espera de poder iniciar a vacinação.

Na Espanha, "a estratégia está funcionando", afirmou o presidente Pedro Sánchez. O país registrou 400 casos de covid-19 por 100.000 habitantes, em média, durante 14 dias, em comparação com 530 casos no começo do mês.

Na noite desta segunda, a Casa Real anunciou em um comunicado que o rei Felipe VI fará uma quarentena de dez dias após ter tido contato com uma pessoa infectada pela covid-19, razão pela qual suspendeu todas as suas atividades oficiais.

Em Barcelona, bares e restaurantes voltam a abrir, após mais de um mês fechados e cinemas, teatros e salas de concertos também retomam suas atividades, mas com ocupação limitada.

"Hoje é um dia especial, faz sol e todo mundo tem vontade de sair. Mas veremos como será, há muita incerteza e todo o setor está no limite", disse à AFP Andreu Valldeperes, proprietário do histórico bar Zurich, no começo das Ramblas de Barcelona.

A Itália, que superou os 50.000 mortos nesta segunda, é menos otimista. "Seria um grave erro baixar a guarda", advertiu o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

A França, por sua vez, anunciará nesta terça um "alívio sutil" do atual confinamento em vigor, segundo o primeiro-ministro Jean Castex.


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