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Estado de Minas

Putin, Merkel, Lula: os líderes mundiais sob o olhar de Obama


17/11/2020 19:31

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama oferece, em suas memórias publicadas nesta terça-feira (17), retratos divertidos e às vezes mordazes de antigos líderes mundiais.

Seguem algumas descrições destes líderes sob o olhar de Obama em seu livro "Uma terra prometida", o primeiro volume das memórias do ex-presidente americano lançado simultaneamente no mundo todo em 25 idiomas.

- Presidente russo VLADIMIR PUTIN (então primeiro-ministro):

"Fisicamente ele não tinha nada de especial: baixo e atarracado (fisionomia de um lutador), cabelo fino cor de areia, nariz proeminente e olhos claros e atentos (...) Percebi informalidade em seus movimentos, uma indiferença instalada em sua voz que indicava alguém acostumado a estar cercado de subordinados e submissos. Era um homem acostumado ao poder."

- Chanceler alemã ANGELA MERKEL:

"Os olhos de Merkel eram grandes e de um azul brilhante e neles era possível ver frustração, diversão ou indícios de tristeza. Fora isso, sua aparência impassível refletia sua sensibilidade sensível e analítica."

- Primeiro-ministro israelense BENJAMIN NETANYAHU:

"Com o físico de um jogador de futebol americano, com uma mandíbula quadrada, traços grossos e uma cabeça careca sobre a qual dobrava mechas de cabelo grisalho, Netanyahu era inteligente, habilidoso, duro e falava hebraico e inglês fluentemente."

"Netanyahu sabia ser charmoso, até solícito, quando isso servia aos seus interesses".

"Mas sua imagem de si mesmo de grande defensor do povo judeu contra todas as calamidades permitiu que justificasse quase tudo que pudesse mantê-lo no poder - e, com seu conhecimento da política americana e da mídia, ele estava convencido de que poderia suportar todas as pressões de um governo democrata como o meu."

- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (então presidente do Brasil):

"O achei impressionante. Um ex-líder sindical grisalho e comprometido que havia sido preso por protestar contra o governo militar anterior e depois eleito em 2002, iniciou uma série de reformas pragmáticas que impulsionaram a taxa de crescimento do Brasil, expandiram a classe média e proporcionaram habitação e educação para milhões de seus cidadãos mais pobres."

"Ele também tinha, segundo relatos, os escrúpulos de um chefe político de Tammany Hall (nota de tradução: grupo que exerce ou busca o controle político municipal por meio de métodos frequentemente associados à corrupção) e corriam rumores sobre clientelismo governamental, acordos preferenciais e subornos no valor de bilhões.".

- NICOLAS SARKOZY (presidente da França):

"Com sua pele escura, seus traços expressivos vagamente mediterrâneos (seu pai era húngaro, seu avô materno era grego) e baixo (tinha cerca de 1,66 metro de altura, mas usava palmilhas nos sapatos para ficar mais alto), ele parecia um personagem de uma pintura de Toulouse-Lautrec ".

"As conversas com Sarkozy eram às vezes divertidas e enfurecedoras, suas mãos em movimento perpétuo, seu peito saliente como o de um galo anão, seu tradutor pessoal (ao contrário de Merkel, falava um inglês limitado) sempre ao seu lado como um reflexo exaltado de cada um de seus gestos e entonações, à medida que a conversa mudava da lisonja para a fanfarronice para uma visão genuína, nunca se desviando de seu interesse primário, mal disfarçado, que era estar no centro da ação e levar o crédito por tudo que valesse a pena levar crédito."

- Presidente turco (então primeiro-ministro) RECEP TAYYIP ERDOGAN:

"Pessoalmente, achei (Erdogan) cordial e geralmente receptivo aos meus pedidos. Mas sempre que o ouvia falar, seu corpo alto se inclinava ligeiramente, sua voz era um forte 'staccato' que subia uma oitava em reação a várias queixas ou desprezos percebidos. Tive a forte impressão de que seu apego à democracia e ao Estado de Direito poderia durar apenas enquanto o mantivesse no poder."

- MANMOHAN SINGH (então primeiro-ministro da Índia):

"Um economista gentil e de fala mansa de cerca de 70 anos, com uma barba branca e um turbante que eram as marcas de sua fé sique, mas aos olhos dos ocidentais lhe davam um ar de santo".

"Singh era sábio, reflexivo e escrupulosamente honesto".

- HU JINTAO (então presidente na China):

"Sobre qualquer assunto, ele gostava de ler grandes pilhas de comentários preparados, parando de vez em quando para olhar as traduções em inglês que pareciam pré-fabricadas e, de alguma forma, sempre demoravam mais que sua declaração original (...) Mais de uma vez, fiquei tentado a sugerir que poderíamos economizar tempo simplesmente trocando papéis e lendo-os quando quiséssemos."


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