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Estado de Minas

Nova onda de covid-19 ameaça crescimento econômico dos EUA


14/11/2020 14:07

Uma nova onda de covid-19 avança nos Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia no mundo, e é provável que sua economia continue se deteriorando e leve até anos para recuperar seu robusto estado anterior à chegada do vírus.

Mesmo com notícias promissoras sobre uma bem-sucedida candidata à vacina, é pouco provável que ela seja rápida e amplamente distribuída.

As infecções por coronavírus nos Estados Unidos alcançaram novos níveis recordes de mais de 150.000 por dia, levando as autoridades de muitas localidades e regiões a imporem novas restrições.

A covid-19 "ainda determina o curso da economia", afirmou a economista Diane Swonk, da consultoria Grant Thornton, em uma análise.

"O atual aumento de casos é muito mais preocupante (...) e se espera que seja mais perturbador para a atividade econômica", acrescentou.

As autoridades dizem que um número cada vez maior de casos tem origem em reuniões privadas relativamente pequenas.

"Compre um peru pequeno", pediu Swonk, referindo-se ao principal prato do feriado de Ação de Graças, no qual os americanos tradicionalmente se reúnem com toda família.

Terceira cidade mais populosa do país, Chicago pediu a seus residentes que fiquem em casa, enquanto em Nova York e em Minnesota, os estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas devem fechar às 22h.

No verão boreal (inverno no Brasil), a maior economia do mundo mostrou sinais promissores de recuperação de sua pior recessão desde a Grande Depressão, mas agora corre o risco de sofrer um novo golpe, especialmente na ausência de um novo pacote de estímulos do Congresso.

"Estamos começando a ouvir dos economistas que estão pensando em reduzir suas projeções do PIB [Produto Interno Bruto], devido à covid", disse Maris Ogg, da Tower Bridge Advisors.

Embora o auge das vendas de casas e automóveis tenha sido um ponto positivo na economia, junto com uma recuperação na indústria, os consumidores estão preocupados com o aumento dos casos. E um indicador do ânimo dos consumidores despencou em novembro, pela primeira vez desde julho.

- Até 2023? -

A nova onda de infecções surge em meio a uma delicada transição política: o democrata Joe Biden venceu a eleição presidencial em 3 de novembro, enterrando um segundo mandato do republicano Donald Trump, que, no entanto, ainda não reconhece sua derrota.

Os democratas conseguiram manter sua maioria na Câmara dos Representantes, mas será apenas no início de janeiro que se terá uma resposta sobre o controle do Senado.

Essa incerteza frustrou as esperanças de uma aprovação rápida de um novo pacote de ajuda financeira em massa para famílias e empresas que enfrentam dificuldades com a pandemia, assim como para governos estaduais e locais com limitações orçamentárias.

Em março deste ano, o Congresso americano aprovou vários projetos de lei de gastos para responder à pandemia, que impulsionaram a economia, mas muitas das provisões da Lei CARES, de US$ 2,2 trilhões, expiraram.

Com pelo menos 11 milhões de trabalhadores americanos ainda desempregados, republicanos e democratas continuam divididos sobre a estrutura e o tamanho do próximo pacote.

Swonk disse que mesmo um estímulo "magro" de US$ 1 trilhão poderá fazer a atividade voltar, em meados de 2021, aos níveis pré-pandemia.

Ela adverte, porém, que "o emprego não alcançaria seu pico anterior antes do final de 2023. Uma vacina não consegue chegar rápido o suficiente para alimentar famílias famintas".

O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Randal Quarles, disse na terça-feira que não espera que a economia se recupere antes 2022, ou do início de 2023.

Os consumidores precisam recuperar a confiança para voltar aos padrões normais de gastos, como ir ao cinema, comer fora, ou sair de férias.

Na capital, Washington, D.C., por exemplo, apenas 10% dos funcionários retornaram para seus postos de trabalho em outubro, de acordo com dados do DowntownDC Business Improvement District.

- Recuperação desigual -

A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 6,9% em outubro, depois de atingir um pico de 14,7% ao longo da crise atual. Ainda assim, um terço dos desempregados está há mais de seis meses sem trabalho, e isso preocupa os economistas.

"Não vamos voltar para a mesma economia", disse o presidente do Fed, Jerome Powell, recentemente, explicando que a economia será mais dependente da tecnologia.

"Me preocupa que isso torne as coisas ainda mais difíceis do que já eram para muitos trabalhadores", sobretudo, os empregados de serviços de baixa renda, que são mais propensos a serem mulheres e minorias, completou.

Powell destacou também que muitas mulheres foram forçadas a deixar o mercado de trabalho, "não por escolha própria", enquanto as crianças não estão recebendo a educação que deveriam.


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