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Estado de Minas

Marrocos rompeu cessar-fogo no Saara Ocidental, diz Frente Polisário


13/11/2020 14:55

O movimento de independência Frente Polisário disse nesta sexta-feira (13) que o Marrocos rompeu um cessar-fogo de três décadas no Saara Ocidental, ao lançar uma operação para reabrir uma rota bloqueada para a vizinha Mauritânia.

"A guerra começou. Marrocos pôs fim ao cessar-fogo" assinado em 1991, disse à AFP o chefe da diplomacia saharaui, Mohamed Salem Ould Salek, em reação à operação militar marroquina na zona tampão de Guerguerat, perto da Mauritânia, no extremo sul desta ex-colônia espanhola, cujo status não está definido.

Argel, por sua vez, lamenta as "graves violações" do cessar-fogo e solicita moderação, enquanto a Mauritânia pede para "manter a trégua".

Cerca de 200 caminhoneiros estavam bloqueados há cerca de três semanas naquele posto de fronteira. A região de Guerguerat já foi o centro de fortes tensões entre a Polisário e Marrocos, especialmente no início de 2017.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Marrocos, a Polisário e suas milícias "entraram na área desde 21 de outubro e cometeram atos de vandalismo, bloquearam o trânsito e assediaram permanentemente os observadores militares da Minurso", a missão da ONU para o Referendo no Saara Ocidental.

O objetivo da operação militar é "pôr fim à situação de bloqueio" e "restabelecer a liberdade de circulação civil e comercial" na rota que leva à Mauritânia, segundo a mesma fonte.

Para a Frente Polisário, porém, a operação marroquina é uma "agressão".

- "Legítima defesa" -

Os dirigentes da Polisário pediram ao secretário-geral das Nações Unidas que se dirigisse nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança com intuito de pôr fim "à agressão marroquina contra os saharauis que se manifestavam pacificamente em Guerguerat", segundo o embaixador saharaui na Argélia, Abdelkader Taleb Omar.

"As tropas saharauis se encontram em situação de legítima defesa e respondem às tropas marroquinas", disse o chefe da diplomacia saharaui, consultado por telefone de Argel.

Os separatistas saharauis denunciam a existência da estrada em questão, que Marrocos considera essencial para seus intercâmbios com a África subsariana.

Na semana passada, um grupo de caminhoneiros marroquinos pediu ajuda às autoridades de seu país e da Mauritânia, após alegar que foram bloqueados por "milícias filiadas a separatistas".

Em um discurso no início de novembro, o rei Mohamed VI disse que "Marrocos não vai tolerar qualquer continuação dessas provocações".

A Polisário pede um referendo de autodeterminação, planejado pela ONU, enquanto o Marrocos, que controla mais de dois terços deste vasto território desértico, propõe um plano de autonomia sob sua soberania.

Um cessar-fogo foi assinado em setembro de 1991 sob os auspícios da ONU, após 16 anos de guerra.

O referendo foi adiado desde então, devido a uma disputa entre o governo marroquino e a Polisário sobre a composição do corpo eleitoral e o estatuto do território.

Conduzidas pela ONU e envolvendo Marrocos, Polisário, Argélia e Mauritânia, as negociações estão suspensas há vários meses.


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