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Estado de Minas

Pompeo e Biden dividem diplomacia americana


10/11/2020 20:55

Líderes de países aliados dos Estados Unidos prometeram cooperar com o presidente eleito, Joe Biden, apesar de o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ter falado hoje em um segundo mandato de Donald Trump.

A divisão diplomática na maior potência mundial pode se tornar mais evidente quando Pompeo iniciar um giro por países que felicitaram Biden por sua vitória, na próxima sexta-feira.

Pompeo falou hoje sobre as medidas tomadas pelo Departamento de Estado para facilitar a instalação do novo governo. "Haverá uma transição tranquila para um segundo governo Trump", afirmou, durante uma entrevista coletiva tensa, ao ser questionado sobre os contatos com a equipe de Biden.

"O mundo deve ter plena confiança de que a transição necessária para que o Departamento de Estado esteja efetivamente operacional hoje, e efetivamente operacional com o presidente que estiver no cargo na tarde de 20 de janeiro, será uma transição bem-sucedida", disse Pompeo, referindo-se à data e ao horário da posse presidencial. "Vamos contar todos os votos", acrescentou, assinalando que o mundo sabe que se trata de "um processo legal que leva tempo".

Vários líderes mundiais, incluindo quase todos os aliados dos EUA, parabenizaram Biden, que alcançou uma liderança incontestável em estados-chave e conquistou a maioria do voto popular nacional.

Trump, no entanto, se recusa a admitir sua derrota na eleição de 3 de novembro, e segue citando fraude em massa, pedindo recontagens e promovendo ações legais.

Quando questionado se os Estados Unidos ainda podem emitir declarações pedindo eleições livres ao redor do mundo, Pompeo disse que a pergunta era "ridícula".

"Este Departamento se preocupa profundamente em garantir que as eleições em todo o mundo sejam seguras, livres e justas, e meus funcionários arriscam suas vidas para garantir que isso aconteça", afirmou ele.

Com seus comentários, Pompeo se colocou entre os mais obstinados defensores do presidente americano. No fim da semana, ele viajará para a França e, em seguida, a turquia, Israel e Arábia Saudita, todos aliados de Washington e cujos líderes cumprimentaram Biden.

O que deveria ser uma viagem de despedida corre o risco de se tornar uma série de encontros com governos que já viraram a página dos anos tumultuados de Trump.

- EUA 'de volta' -

Biden, por sua vez, mostrou em Wilmington, seu reduto, que outra política diplomática está em andamento. Aparentando não se incomodar com a recusa de Trump a reconhecer a derrota, o democrata disse ter conversado com seis de seus futuros colegas.

"Disse a eles que os Estados Unidos estão de volta. Estamos voltando ao jogo. Não são mais os Estados Unidos sozinhos", afirmou, referindo-se ao unilateralismo aplicado por Trump. "Estou confiante em que poderemos recolocar o país no lugar de respeito de antes."

Do lado europeu, espera-se um giro no que se refere à luta contra a pandemia e, principalmente, em temas ambientais, depois que Trump tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, ao qual Biden prometeu retornar imediatamente.

O democrata também prometeu organizar, em seu primeiro ano de governo, uma "reunião de cúpula de democracias", para mostrar o retorno dos Estados Unidos al multilateralismo.

Em conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, Biden expressou seu desejo de "revitalizar os laços bilaterais e transatlânticos", apontando para a Otan e União Europeia. Os dois políticos também evocaram o futuro da cooperação na luta contra a pandemia e a "ameaça das mudanças climáticas", segundo um comunicado emitido pela equipe de transição democrata.

Joe Biden "agradeceu ao presidente Macron por seus cumprimentos e expressou seu desejo de fortalecer as relações entre os Estados Unidos e a França, seu aliado mais antigo", acrescentou a equipe do futuro presidente americano.

Biden iniciou as conversas com líderes estrangeiros nesta segunda-feira, com um telefonema do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Hoje, o democrata falou com o premier britânico, Boris Johnson - que disse estar ansioso para "fortalecer a relação" entre Reino Unido e Estados Unidos -, com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o chefe de governo irlandês, Micheal Martin.

Merkel, que manteve relações tensas com Trump, telefonou para Biden para cumprimentá-lo pela vitória e assegurar "uma colaboração estreita, baseada na confiança".

O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, qualificou a conversa com Biden como "calorosa e interessante". "Acabo de ter uma conversa calorosa com o presidente eleito, @JoeBiden", que ressaltou seu apego às suas raízes irlandesas, informou Martin em um tuíte.

Segundo o governo irlandês, Biden "reiterou seu total apoio" ao acordo de paz de 1998, que pôs fim aos "conflitos" na Irlanda do Norte, e acrescentou que Biden ressaltou a importância de respeitá-lo no âmbito do Brexit.

Mesmo dirigentes que haviam se mostrado mais cautelosos somaram-se ao coro internacional. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, esperou até hoje para enviar uma mensagem a Biden, em que defendeu o "fortalecimento dos laços bilaterais". Ele também agradeceu a Trump por sua "amizade calorosa".


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