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Estado de Minas

Londres aposta no compromisso climático para manter os laços com Joe Biden


08/11/2020 15:49

Entre seus "comentários racistas" e sua imagem de populista, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson não tem boa impressão no entorno do recém-eleito presidente Joe Biden, mas Londres conta com seu compromisso com o clima para salvar sua "relação especial" com os Estados Unidos.

Toda a ambivalência do presidente eleito dos EUA em relação à Grã-Bretanha se resume em um vídeo, que se tornou viral depois de ser compartilhado no sábado por um jornalista da BBC: "A BBC? Eu sou irlandês", esquivou-se Biden das perguntas de um jornalista britânico em janeiro.

Embora a reação fosse engraçada, o tom não era. Boris Johnson não encontrou necessariamente um amigo na pessoa de Joe Biden, que desde então expressou seu descontentamento após a introdução de um polêmico projeto de lei sobre o acordo do Brexit.

Voltando parcialmente a algumas disposições relativas à Irlanda do Norte, este texto faz os democratas temerem um retorno das tensões na província britânica, onde três décadas de agitação causaram 3.500 mortes.

Biden havia alertado em setembro que o Reino Unido poderia dizer adeus a qualquer acordo comercial pós-Brexit com os Estados Unidos se a Irlanda do Norte se tornasse a "vítima" de seu divórcio da União Europeia.

Concluir um tratado transatlântico não será, em caso algum, "brincadeira de criança, seja qual for o governo dos EUA", estimou Boris Johnson em uma entrevista televisionada neste domingo, julgando que tinha uma "boa chance" de fazê-lo.

- Defender juntos a democracia e a liberdade de expressão -

O líder conservador está agora tentando fazer as pazes e foi um dos primeiros líderes europeus a parabenizar Joe Biden por sua vitória.

Em termos políticos, o Reino Unido está muito mais próximo de Joe Biden nas mudanças climáticas do que da administração Trump.

Johnson destacou as possibilidades de trabalhar com Biden em "questões cruciais" enquanto o Reino Unido se prepara no próximo ano para assumir a presidência do G7 e sediar a conferência internacional do clima COP26.

Inicialmente marcada para esta semana em Glasgow, a COP26 foi adiada para novembro de 2021 devido à pandemia de covid-19 e permitirá a Johnson negociar com Biden - que prometeu voltar ao Acordo de Paris "no primeiro dia" de sua presidência - em vez da administração de Trump, cética quanto ao clima.

"Podemos realizar mais juntos do que sozinhos", disse Johnson à BBC no domingo, elogiando a "relação especial entre os Estados Unidos e o Reino Unido" que "dura décadas".

Londres sucederá aos Estados Unidos na liderança do G7 e essa transferência constitui "uma oportunidade de apresentar ao mundo, em uma plataforma comum, nossa visão sobre as mudanças climáticas", estimou o senador norte-americano Chris Coons, um aliado próximo de Joe Biden.

Boris Johnson insistiu nos valores comuns (de ambos os países) - a proteção da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos - "que estão atualmente ameaçados", mas que as duas nações poderão defender juntas, "como fizeram muitas vezes no passado".


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