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Estado de Minas

Imprensa sob críticas enquanto acirrada apuração de votos nos EUA se aproxima do fim


05/11/2020 19:19

A cada quatro anos, é uma tradição americana assistir aos resultados da eleição presidencial em um dos vários canais de notícias, que projetam o vencedor de cada estado dos Estados Unidos.

Mas este ano, com o acirramento da batalha entre Donald Trump e Joe Biden, os "balcões de decisão", comandados pelos veículos de imprensa dos EUA, se viram no meio de uma tempestade devido a alguns anúncios cruciais de vitória - e se um em particular veio ou não cedo demais.

Em questão está a decisão da Fox News e da Associated Press de proclamar Biden o vencedor no Arizona, com base em resultados incompletos.

A AFP comunicou as projeções com base em sua metodologia de fazer os anúncios dos estados baseada em informações de dois importantes veículos dos EUA. Outras organizações, incluindo a CNN, não fizeram a mesma projeção.

A campanha de Trump contestou furiosamente o anúncio, alegando que a Presidência permanece em disputa em um estado que se tornou crítico para a vitória de ambos os candidatos. Os votos ainda estão sendo contados neste estado do sudoeste.

Partidários de Trump também contestaram outras projeções da mídia a favor de Biden.

Então foi uma boa decisão? A Fox News defendeu sua posição, sustentando que a grande vantagem de Biden na contagem inicial parecia intransponível. A Associated Press ofereceu uma explicação semelhante. Mas nem todo mundo tem tanta certeza.

"No final, a Fox pode estar correta, mas a decisão inicial provavelmente foi prematura", disse Costas Panagopoulos, presidente de Ciência Política da Northeastern University e membro da equipe eleitoral da NBC News, que ainda não definiu o resultado do Arizona.

Panagopoulos disse que a maioria dos veículos de comunicação utilizam os mesmos dados eleitorais, mas alguns vão além com pesquisas privadas para obter um cenário mais completo à medida em que os resultados oficiais chegam.

"Os balcões de decisão estão sob enorme pressão para acertar os resultados, mas também sob pressão para fazer tudo com velocidade, e eles equilibram as coisas de maneiras diferentes", acrescentou.

"Na maioria das vezes, os veículos de mídia e analistas são cautelosos" na projeção dos vencedores, observou Panagopoulos.

- "Dados sólidos" -

Os balcões de decisão já enfrentavam desafios na noite da eleição por causa da enorme transição para abstenções e votos pelo correio, o que tornou as pesquisas de boca de urna nos locais de votação menos úteis.

A maioria dos veículos agiu quase simultaneamente no anúncio dos vencedores tanto nos estados de aposta certa quanto nos campos de batalha, com apenas alguns pequenos atrasos entre as redes em estados-chave, como Michigan e Wisconsin.

Basicamente, até agora, o Arizona é o único que gerou controvérsia.

O jornal New York Times explicou que, embora muitas vezes siga a AP, no Arizona, "não acreditamos que haja dados sólidos suficientes sobre os votos que ainda faltam ser contados após o dia da eleição".

"Os dados que temos sugerem que o presidente Trump poderia se sair bem. Biden foi e ainda é favorecido em nossa opinião", disse o Times.

A campanha de Trump procurou desacreditar a previsão da Fox News, argumentando que o chefe de seu balcão de decisão era "um agente democrata".

De acordo com o Times, Jared Kushner, genro e conselheiro sênior do presidente, conversou com o fundador da Fox News, Rupert Murdoch, para tentar reverter a definição do Arizona.

Qualquer reversão da projeção de um estado crítico seria um grande constrangimento e um lembrete do desastre eleitoral de 2000, quando as emissoras foram forçadas a voltar atrás com suas projeções de que Al Gore havia vencido na Flórida, em uma disputa que acabou com a vitória de George W. Bush.

A CBS News afirmou que seu balcão de decisões combina dados de boca de urna e contagens de votos com pesquisas exclusivas da rede e sondagens com cerca de 100.000 pessoas nos Estados Unidos.

- "Período de incerteza" -

Uma recém-formada Força-Tarefa Nacional sobre Crises Eleitorais pediu às organizações de mídia e ao consórcio National Election Pool - que reúne dados para a imprensa - que tenham cautela extra nas projeções.

"Esta eleição presidencial será como nenhuma outra em nossa história", diz a carta da força-tarefa, que inclui acadêmicos, ex-autoridades eleitas e ativistas.

"Pode levar dias ou semanas para completar uma contagem precisa de todos os votos", afirma a mensagem às organizações de mídia.

"Este período de incerteza adicionará mais pressão a um sistema já tenso e permitirá que atores mal-intencionados tentem minar nosso processo democrático".


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