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Estado de Minas CHILE

Filas e protestos marcam plebiscito


26/10/2020 04:00 - atualizado 25/10/2020 21:03

Manifestantes enfrentaram policiais nas ruas de Santiago (foto: MARTIN BERNETTI/AFP)
Manifestantes enfrentaram policiais nas ruas de Santiago (foto: MARTIN BERNETTI/AFP)

Com máscaras e esperança, milhões de chilenos votaram ontem em plebiscito para decidir se mudam a Constituição redigida na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), um ano após marcha histórica que reuniu mais de 1,2 milhão em protestos. Pesquisas de boca de urna apontavam a vitória do sim pela mudança no texto. No fim da tarde, manifestantes ocuparam as ruas de Santiago e houve confronto. Algumas seções eleitorais anteciparam o fim da votação antes da hora marcada (20h, em Brasília).

No que é considerado o processo eleitoral mais relevante desde o retorno à democracia, há três décadas, mais de 14,7 milhões de chilenos estavam aptos a votar neste plebiscito em que decidirão pelas opções “Aprovo” ou “Rejeito” sobre uma Carta Magna que teve várias reformas durante a democracia.

O presidente do Chile Sebastián Piñera votou cedo e pediu aos seus compatriotas que comparecessem às urnas “porque todas as vozes importam”. Também pediu que “rejeitem a violência e abracem o caminho da unidade”, acrescentou, no Colégio San Francisco del Alba, no bairro nobre de Las Condes.

“Qualquer que seja o resultado, é o começo do futuro”, destacou o presidente conservador que assumiu o poder em março de 2018 e que enfrenta a crise social mais severa vivenciada pelo Chile em seus 30 anos de democracia, agravada pelo golpe econômico imposto pela pandemia de coronavírus. “Esperamos muito mais de um ano (por isso), é um evento histórico em nosso país”, disse Elías Pérez, um psicólogo de 39 anos, que quis ser um dos primeiros a votar no Estádio Nacional de Santiago, local emblemático na história chilena transformado no maior centro de votação do país ontem.

O referendo foi decidido após um amplo acordo político alcançado em novembro do ano passado, quase um mês após o início, em 18 de outubro de 2019, dos protestos sociais e confrontos violentos com a polícia devido a aumento da passagem do metrô de Santiago.

Uma semana depois, em 25 de outubro, ocorreu o maior protesto já feito na democracia do país. Mais de 1,2 milhão de pessoas se reuniram em torno da Plaza Italia de Santiago, uma demonstração do descontentamento social acumulado em décadas em um país considerado um modelo de crescimento econômico e de estabilidade na América Latina.

SEGURANÇA


As pesquisas projetam um grande apoio à opção “Aprovo”, com entre 60% e 75% das preferências. Mas a pandemia, que no sábado superou os 500 mil casos e quase 14 mil mortos no Chile em quase oito meses, levantou incertezas sobre a participação eleitoral em um país onde o voto é voluntário.

As urnas abriram às 8h e funcionaram excepcionalmente por 12 horas, com um horário especial para os maiores de 60 anos, restrições nos acessos e proibição de votar para os casos ativos de COVID-19, cerca de 10 mil.
 


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