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Papa prega lei que defenda união gay

Em documentário exibido no Festival de Cinema de Roma, pontífice defende que países formulem uma legislação que permita registro civil de relação de pessoas do mesmo sexo


22/10/2020 04:00 - atualizado 21/10/2020 23:30

''Homossexuais têm o direito de ser parte de uma família. Eles são filhos de Deus e têm o direito a uma família. Ninguém deve ser expulso, ou se tornar miserável por causa disso. O que é preciso criar é a lei de união civil'' - Papa Francisco, no documentário Francesco(foto: AFP)
''Homossexuais têm o direito de ser parte de uma família. Eles são filhos de Deus e têm o direito a uma família. Ninguém deve ser expulso, ou se tornar miserável por causa disso. O que é preciso criar é a lei de união civil'' - Papa Francisco, no documentário Francesco (foto: AFP)
No documentário Francesco, exibido em sessão especial do Festival de Cinema de Roma ontem, o papa Francisco defende que os países tenham leis que permitam a união civil de pessoas do mesmo sexo, informou a Catholic News Agency. “Homossexuais têm o direito de ser parte de uma família. Eles são filhos de Deus e têm o direito a uma família. Ninguém deve ser expulso, ou se tornar miserável por causa disso. O que é preciso criar é a lei de união civil. Assim, eles são protegidos legalmente. Eu apoio isso”, diz o líder católico.

Além disso, o documentário também tem um depoimento de um homem italiano que conta que Mario Jorge Bergoglio o encorajou, junto com seu companheiro, a criar os filhos no ambiente da igreja onde vivia porque isso beneficiava as crianças. A fala do pontífice contradiz a postura adotada pela Igreja Católica e pelos últimos papas ao longo dos anos, e é a primeira amplamente clara sobre a opinião do líder católico na união civil.

Em 2003, sob a liderança do cardeal Joseph Ratzinger – que depois se tornou o papa Bento XVI – e a ordem de João Paulo II, o Congresso Vaticano para a Doutrina da Fé publicou um documento em que dizia que “o respeito pelas pessoas homossexuais não pode levar, de nenhuma maneira, à aprovação do comportamento homossexual ou o reconhecimento legal das uniões homossexuais”. “O bem comum exige que as leis reconheçam, promovam e protejam o casamento como a base da família, unidade primária da sociedade”, diz o texto final recordado pela agência católica.

No entanto, desde que assumiu a função de chefe da Igreja, em 2013, o pontífice vem adotando uma postura de “adoção” dos homossexuais na vida religiosa, dizendo que não poderia “julgá-los” e que “ser gay não é pecado”. Isso lhe rendeu inúmeras críticas da parte mais conservadora da Igreja Católica, na qual muitos acusam o argentino de ser “herege”.

Cabe ressaltar que, em mais de uma vez, Francisco afirmou que o casamento – como sacramento católico – é apenas entre homem e mulher. Porém, ele defende uma maior integração tanto dos homossexuais como de divorciados na vida da Igreja. O documentário, ainda segundo a Catholic News Agency, aborda outros temas caros a Francisco, como a questão dos migrantes e dos marginalizados.




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