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Estado de Minas

Azerbaijão e Armênia negociam em Moscou, mas combates continuam em Nagorno-Karabakh


09/10/2020 19:55

O encontro dos chefes das diplomacias da Armênia e do Azerbaijão, patrocinado pela Rússia, continuava nesta sexta-feira sexta-feira (9) em Moscou, com a esperança de pôr fim ao conflito na região separatista de Nagorno-Karabakh, onde os combates continuam.

As negociações já duram sete horas. Não há sinais de que vá ser celebrada uma coletiva de imprensa ao final da reunião. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, não quis fazer comentários sobre o andamento das negociações.

Um porta-voz do exército armênio afirmou à imprensa que os combates continuavam apesar das negociações.

"Damos uma oportunidade à Armênia de resolver o conflito pacificamente. É sua última chance", ameaçou o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, em discurso televisionado antes do encontro. "Voltaremos às nossas terras de qualquer jeito", acrescentou.

"Estamos prontos para a retomada do processo de paz em relação às recentes declarações dos presidentes e ministros das Relações Exteriores do Grupo de Minsk", nome dado aos três países mediadores (Rússia, Estados Unidos e França), declarou nesta sexta o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan.

Azerbaijão e Armênia, que até agora fizeram ouvidos moucos aos apelos internacionais à trégua, enviaram seus ministros das Relações Exteriores a Moscou para celebrar negociações, o que dá uma primeira esperança de um cessar das hostilidades.

Os ministros Zohrab Mnatsakanian (Armênia) e Ceyhun Bayramov (Azerbaijão), tinham sido convidados pelo presidente russo, Vladimir Putin.

"Nos orientamos a uma trégua esta noite ou amanhã, mas tudo ainda é frágil", afirmou nesta sexta à AFP a Presidência francesa, após conversas por telefone entre o presidente Emmanuel Macron com Pashinyan e Aliyev.

Antes das negociações em Moscou, o primeiro-ministro russo, Mikhail Michustin, se reuniu com seu colega armênio em Yerevan nesta sexta-feira.

- Combates violentos -

Depois de uma noite de quinta-feira relativamente tranquila, novos disparos de foguetes e explosões foram ouvidos em Stepanakert na tarde de sexta-feira por um jornalista da AFP no local. Um dos foguetes caiu a alguns metros do cemitério de ex-combatentes.

Baku e Yerevan destacaram que a situação continuava tensa no 'front'. Os dois adversários afirmam que estão infligindo várias derrotas ao inimigo.

Em seu discurso televisionado, o presidente azerbaijano Aliyev anunciou a tomada da cidade de Hadrut, no sul de Nagorno Karabakh, e oito cidades vizinhas.

As informações foram qualificadas de "delírio" por um porta-voz da presidência dos separatistas.

Putin, que conversou com Pashinyan e Aliyev, "pede com urgência o cessar dos combates em Nagorno Karabakh por razões humanitárias para poder intercambiar os corpos dos mortos e os prisioneiros", segundo um comunicado do Kremlin da noite de quinta-feira, no qual as negociações eram anunciadas.

- Catedral bombardeada -

Desde 27 de setembro, esta região montanhosa do Cáucaso é cenário de fortes enfrentamentos entre os separatistas armênios da autoproclamada república de Nagorno Karabakh e as forças azerbaijanas.

Na manhã de sexta-feira, o balanço chegava a mais de 400 mortos, inclusive 22 civis armênios e 31 azerbaijanos. Mas continua sendo muito parcial e o Azerbaijão não informa suas baixas militares. Os dois lados afirmam ter eliminado milhares de soldados inimigos.

Nos últimos dias, os combates se estenderam com bombardeios para zonas urbanas nos dois lados, e os dois grupos se acusam mutuamente de alvejar civis. Segundo as autoridades separatistas, metade dos 140.000 habitantes de Nagorno Karabakh tiveram que deixar suas casas devido aos confrontos.

Na quinta, uma emblemática catedral armênia foi bombardeada duas vezes em poucas horas e vários jornalistas russos ficaram feridos, um deles com gravidade. O exército azerbaijano negou ter atacado o edifício.

O Azerbaijão está determinado a conquistar pelas armas Nagorno Karabakh, uma região separatista povoada essencialmente por armênios, e assegura que só a retirada das tropas inimigas poria fim aos combates.

Em uma região onde russos, turcos, iranianos e ocidentais têm interesses, o temor é que o conflito se internacionalize.

A Turquia já foi acusada de participar com homens e armas do conflito, apoiando o Azerbaijão.


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