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Estado de Minas

Armênia acusa Turquia de causar guerra em Karabakh, onde combates aumentam


06/10/2020 18:25

O primeiro-ministro armênio acusou nesta terça-feira (6) a Turquia de ser diretamente responsável pela guerra aberta em Nagorno-Karabakh, onde o ocorre um conflito entre armênios e azerbaijanos, apesar dos pedidos de trégua.

"Sem o compromisso ativo da Turquia, esta guerra não teria começado", disse Nikol Pashinyan em uma entrevista à AFP.

Ignorando a comunidade internacional, o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, em visita a Baku, pediu apoio ao Azerbaijão. Segundo ele, "o mundo deve estar ao lado de quem está no seu direito".

Esta visita ocorre um dia depois que França, Rússia e Estados Unidos, mediadores deste conflito desde os anos 1990, solicitaram uma declaração conjunta por um "cessar-fogo imediato e sem condições".

"Estou convencido de que, se a situação exigir, a Rússia cumprirá suas obrigações" como parte da aliança militar existente entre os dois países, acrescentou o primeiro-ministro armênio em suas declarações à AFP.

Após dez dias de intensos combates, tanto a região separatista de Karabakh (localizada no território do Azerbaijão) como a Armênia "estão prontas para (dar) as mesmas concessões para as quais o Azerbaijão está pronto (a acatar)", acrescentou.

"A situação está se piorando, pessoas continuam morrendo, o que é totalmente inaceitável", afirmou o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, em Moscou.

Embora a Rússia mantenha boas relações com ambos países adversários, sente-se mais próxima da Armênia, que faz parte de uma aliança militar dominada por Moscou.

- Bombardeios em zonas urbanas -

Nagorno-Karabakh concentra os interesses de várias potências como Rússia, Turquia, Irã, além de vários países ocidentais.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu a Ancara o "uso sua influência para acalmar as tensões".

Desde domingo, os dois lados se acusam mutuamente de ter aumentado os bombardeios em zonas urbanas habitadas - especialmente na capital separatista, Stepanakert e na segunda cidade do Azerbaijão, Ganyá.

Na manhã desta terça-feira, um jornalista da AFP verificou que a calma imperava em Stepanakert, cidade fantasma após dez dias de bombardeios.

Aproveitando a ausência de ataques, os moradores deixaram suas casas para comprar comida e outros queriam ver os estragos ocorridos na cidade.

"Ainda choro quando vejo essa destruição", conta Jamal Tadevossian, de 83 anos, à AFP.

A porta-voz do exército armênio informou que 21 milicianos de Karabakh foram mortos nas últimas horas, sem dar mais detalhes.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou nesta terça-feira que causou "graves perdas humanas e militares" ao adversário, declarando que "as tropas armênias foram forçadas a se retirar".

Mas no décimo dia de luta, nenhum dos lados parecia ter obtido uma vantagem significativa perante o outro.

Nagorno-Karabakh é um território do Azerbaijão povoado principalmente por armênios. Eles proclamaram sua independência em 1991, o que resultou em uma guerra sangrenta com 30.000 mortos.

Os confrontos que eclodiram em 27 de setembro desencadearam uma das crises mais graves - senão a mais grave - desde o cessar-fogo de 1994.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, cujo país rico em petróleo investiu pesadamente em armamento moderno, prometeu recuperar Karabakh e descartou qualquer trégua sem uma retirada militar armênia da região.

- Anistia denuncia uso de bombas de fragmentação -

Nesses dez dias de luta, o saldo de 286 mortos continua muito parcial.

Os dois lados, no entanto, afirmam ter matado entre 2.300 e 3.500 soldados inimigos.

A Anistia Internacional divulgou um comunicado nesta terça-feira denunciando o lançamento de bombas de fragmentação, presumivelmente pelas forças do Azerbaijão, contra áreas residenciais em Stepanakert.

A ONG confirmou que se tratava de munição M095 DPICM de fabricação israelense e lembrou que o uso desse tipo de arma está proibido por uma convenção internacional desde 2010.


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