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Estado de Minas

Trump tem "sintomas leves" de covid-19 e gera incerteza sobre campanha nos EUA


02/10/2020 14:43

O presidente dos Estados Unidos tem "sintomas leves" de covid-19, informou seu chefe de gabinete nesta sexta-feira (2) após o choque gerado pela notícia de seu contágio, que gera incerteza à campanha eleitoral liderada por seu rival democrata.

O próprio Trump, de 74 anos, anunciou no Twitter que ele e sua esposa testaram positivo e estão entrando em quarentena.

O presidente minimizou a importância da pandemia, não usou máscaras publicamente até julho e organizou manifestações ignorando as recomendações de saúde.

Seu chefe de gabinete, Mark Meadows, informou que o presidente tem "sintomas leves", está de "bom humor" e tem "muita energia".

Seu o rival Joe Biden - com quem o presidente esteve no debate de terça-feira - teve resultado negativo.

Quase um mês antes das eleições de 3 de novembro, esta notícia abala uma campanha marcada pela tensão e pela pandemia, que deixou mais de 206.000 mortos no país e destruiu milhões de empregos.

O vice-presidente Mike Pence, próximo no comando, testou negativo para a doença, assim como o chefe da diplomacia Mike Pompeo e o secretário do Tesouro Steven Mnuchin.

O médico do presidente, Sean Conley, disse que Trump deve "continuar a desempenhar suas funções".

Assim, Trump entra para a lista dos líderes mundiais infectados pela doença, que inclui o presidente Jair Bolsonaro; o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson; e a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez.

- "Resposta fracassada" -

O efeito na campanha é imprevisível, mas por enquanto Trump será forçado a dispensar os comícios de campanha que achava ser determinante para recuperar terreno contra Biden, que aparece à frente nas pesquisas nacionais e de estados chave para ganhar a presidência.

Também há dúvida sobre sua presença no próximo debate com Biden, no dia 15 de outubro.

Pouco antes do anúncio, Biden criticou Trump no Twitter, acusando-o de tentar desviar a atenção de sua "resposta fracassada" ao coronavírus, que deixou mais mortes nos Estados Unidos do que em qualquer outro país do mundo. Biden também lhe desejou uma "recuperação rápida".

O presidente frequentemente critica seu rival democrata, de 77 anos, por sua campanha quase sempre virtual, com poucos deslocamentos.

- Rastreamento de contatos -

Trump é acusado de falta de empatia diante do drama da covid-19 e enviou sinais confusos sobre a gravidade da doença, embora criticasse frequentemente a China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez.

Os americanos veem sua gestão da crise como negativa, de acordo com as pesquisas, e isso tem contribuído para diminuir suas chances de reeleição.

Além das consequências para a campanha, alguns observadores apontam para os efeitos institucionais caso o presidente encontre-se impedido de governar. Nesse caso, é o vice-presidente quem assume o comando e permanece como candidato.

O médico Daniel Griffin, especialista em doenças infecciosas, explicou à AFP que Trump tem 20% de risco de desenvolver uma doença grave que necessite de oxigênio, dada sua idade e excesso de peso.

A questão de como Trump, que deveria ser protegido, foi capaz de contrair o vírus ainda não está clara. A Casa Branca informou que começou a rastrear seus contatos e também indicou que o filho mais novo do presidente, Barron, testou negativo.

Os sintomas de covid-19 geralmente aparecem dentro de cinco a dez dias após o contato com alguém que está infectado.

As pessoas começam a ser contagiosas dois dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, o que no caso de Trump significaria que ele começou a ser suscetível a transmitir a doença na terça ou na quarta-feira, se for confirmado que seus sintomas começaram na quinta ou sexta-feira.

Especulações sobre um possível contágio do presidente surgiram na noite de quinta-feira, depois que a mídia noticiou que Hope Hicks, uma conselheira próxima de Trump, havia testado positivo.

A assessora viajou com o presidente a Cleveland na terça-feira para participar do debate contra Biden e na quarta-feira acompanhou-o a um comício em Minnesota.

A incerteza gerou preocupações entre os investidores em ações e Wall Street registrou perdas na abertura, mantendo-se no vermelho durante a sessão.

O golpe da pandemia assolou o mercado de trabalho nos Estados Unidos e a taxa de desemprego passou de 3,5% em fevereiro para 14,7% em abril e em setembro estava em 7,9%.

As reações dos líderes mundiais foram rápidas, do presidente russo Vladimir Putin à chanceler alemã Angela Merkel, passando pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, o primeiro-ministro britânico e o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro.


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