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Estado de Minas

Trump e Biden trocam insultos em primeiro debate dos presidenciáveis nos EUA


30/09/2020 01:01

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu rival na disputa pela Casa Branca, Joe Biden, trocaram insultos nesta terça-feira (29) durante o primeiro debate entre os candidatos à presidência, questionando mutualmente as capacidades do adversário em uma noite tensa e caótica, a 35 dias das eleições.

Não houve aperto de mão quando os dois septuagenários subiram ao palco e, embora deva-se às restrições pela pandemia da covid-19, a ausência do tradicional gesto cordial simbolizou a profunda divisão no país, em contagem regressiva para as eleições de 3 de novembro.

Trump acusou Biden de ser "socialista", mas o candidato democrata retrucou afirmando que "todo mundo sabe" que o presidente "é um mentiroso".

O mandatário republicano interrompeu constantemente Biden e o corrigiu diversas vezes. O moderador do debate, o jornalista Chris Wallace, chegou a pedir a Trump que deixasse o oponente falar.

"Parece que estou debatendo com você (Wallace), não com [Biden], mas isso não me surpreende", respondeu Trump.

Irritado com as constantes interrupções, Biden perdeu a paciência: "Você não vai calar a boca, cara?", disse o ex-vice-presidente de Barack Obama. Trump, porém, manteve a estratégia de tentar desestabilizar seu adversário, que era gago quando criança e às vezes trava brevemente ao discursar.

- "Não há nada de inteligente em você" -

À medida que o debate avançava, a tensão também crescia. Trump chegou a dizer a Biden: "Não venha me falar de inteligência. Não há nada de inteligente em você".

Diante das contínuas interrupções e deboches de Trump, e apesar das tentativas de Wallace de manter a ordem e de respeitar os tempos de fala, Biden se queixou: "É difícil falar com este palhaço, perdão, esta pessoa".

O debate aconteceu em Cleveland, Ohio, um dos estados-pêndulo que pode mudar de preferência de uma eleição para outra e onde Trump foi vitorioso em 2016. Biden lidera atualmente as pesquisas no estado com 49% das intenções de voto, contra 45,7% para o atual presidente.

A pandemia, responsável por 204.762 mortes nos Estados Unidos, também se mostrou presente no debate. As poucas pessoas presentes no auditório usaram máscaras e os assentos foram separados para respeitar o distanciamento social.

Biden criticou a gestão da crise por Trump e tentou sensibilizar os eleitores: "Quantos de vocês levantaram hoje de manhã e tinham uma cadeira vazia na cozinha porque alguém morreu de covid-19?".

- A vaga na Suprema Corte -

Trump chegou ao debate na ofensiva, decidido a recuperar o terreno perdido contra seu rival, que está em vantagem nas pesquisas há semanas, e defendeu a decisão de preencher o quanto antes a vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos deixada pela juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, que faleceu na semana passada.

"Nós ganhamos a eleição, as eleições têm consequências", afirmou Trump, em referência à indignação dos democratas com a indicação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a vaga de Ginsburg.

"O povo americano merece ter voz sobre quem será indicado para a Suprema Corte", respondeu Biden.

Se confirmados os números das pesquisas, Trump poderá se tornar o primeiro presidente em 25 anos a não conseguir um segundo mandato, repetindo o feito de seu colega republicano George H. W. Bush, derrotado por Bill Clinton em 1992.

Trump também perdeu seu principal trunfo político nos últimos meses: uma gestão da economia que levou o desemprego ao nível mais baixo em décadas, mas que foi devastado pela pandemia que destruiu milhões de postos de trabalho.

Na última hora, uma bomba caiu sobre os republicanos: as revelações do jornal "The New York Times" que apontam que Trump pagou apenas 750 dólares em impostos federais em 2016, ano em que ganhou a presidência. O artigo indica, ainda, que as empresas de Trump sofrem "perdas crônicas", o que pode minar sua imagem como um poderoso empresário.

Em resposta, Biden divulgou hoje sua última declaração do imposto de renda e comprovou ter pago cerca de 300.000 dólares em impostos no ano passado. "O povo americano merece transparência", afirmou.


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