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Estado de Minas

A educação das crianças no mundo se vê ameaçada pela covid-19


16/09/2020 18:18

A pandemia de coronavírus, que levou ao fechamento de escolas, ameaça apagar o progresso feito na última década em educação e saúde, especialmente nos países mais pobres, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira (16).

"O capital humano é absolutamente vital para o futuro financeiro e econômico do país, assim como para o bem-estar social", disse David Malpass, presidente do Banco Mundial, durante videoconferência por ocasião da publicação do relatório do Índice de Capital. Humano.

Este indicador mede o nível estimado que uma criança pode atingir aos 18 anos, dependendo dos serviços de saúde e educação em seu país. Mas as conquistas dos últimos dez anos correm o risco de desaparecer sob os efeitos da pandemia.

- As crianças são as mais vulneráveis -

Para medir o capital humano, três fatores são levados em consideração: sobrevivência (se a criança nascida hoje atingirá a idade escolar), escolaridade (quanto tempo durará a escolaridade e quais serão suas conquistas) e saúde (essa criança sairá do sistema escolar com boa saúde, pronta para continuar seus estudos e ingressar no mercado de trabalho na idade adulta), explicou o Banco Mundial durante seu primeiro relatório em outubro de 2018.

A edição de 2020 inclui dados de 174 países, representando 98% da população mundial.

"A análise mostra que antes da pandemia, a maioria dos países havia feito um progresso constante na construção do capital humano infantil, com o maior progresso feito nos países de baixa renda", disse o relatório divulgado nesta quarta-feira.

No entanto, mesmo antes dos efeitos da pandemia e apesar desse progresso, uma criança nascida em um país de baixa renda poderia esperar atingir apenas 56% de seu capital humano potencial, em comparação com uma criança com nível completo de educação e boa saúde. Com a pandemia, essas desigualdades devem aumentar.

"Acreditamos que mais de um bilhão de crianças pararam de assistir às aulas por causa da covid-19", disse ele, representando um déficit de bilhões de dólares principalmente devido ao aprendizado reduzido e possível evasão escolar.

Esta situação "atinge especialmente as meninas", disse ele, apontando para um "impacto desproporcional" em comparação com os meninos.

Diante dessa realidade, os países devem investir urgentemente na educação das crianças, o que contribuirá para o crescimento econômico no futuro, afirmou o Banco Mundial.

- "Preocupação importante" -

Embora as meninas tenham um desempenho melhor em termos de capital humano do que os meninos, sua taxa de emprego foi 20 pontos percentuais menor que a dos homens, com disparidades maiores em muitos países e regiões do mundo.

"Além disso, a pandemia aumenta os riscos de violência contra as mulheres, casamentos precoces e gravidez na adolescência, fatores que limitam as perspectivas de aprendizagem e empoderamento de mulheres e meninas", disse o Banco Mundial.

Em termos de saúde, Malpass destacou que atualmente 80 milhões de crianças não recebem as vacinas essenciais e, por isso, estão mais vulneráveis.

Para tentar reduzir a taxa de evasão, o Banco Mundial lançou programas nos países mais pobres.

"Estamos tentando relançar processos de aprendizagem. Isso inclui abastecimento, reabertura [de escolas], educação a distância", explicou.

"O número de crianças fora da escola é uma grande preocupação para o panorama mundial, econômico, para o futuro", reiterou.

Portanto, os países devem investir urgentemente na educação das crianças, que serão os contribuintes para o crescimento econômico amanhã, lembrou ele.

Questionado sobre a capacidade financeira limitada, especialmente em países pobres, Mamta Murthi, vice-presidente encarregada de questões de desenvolvimento humano, enfatizou que se trata de "administrar prioridades".

Murthi destacou que os países que se beneficiam do alívio da dívida podem, por exemplo, realocar esse dinheiro para a educação das crianças.

Alguns países decidiram aumentar os impostos sobre o tabaco. "A ideia é reduzir as atividades prejudiciais ao capital humano e ao mesmo tempo aumentar a receita" do Estado, disse.


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