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Estado de Minas

Pandemia complica a realização dos objetivos do milênio propostos pela ONU


15/09/2020 16:55

Erradicar a fome, a pesca predatória e o desmatamento até 2030 são as metas do milênio estabelecidas pela ONU que podem não ser alcançadas por causa da pandemia da covid-19, alertou uma de suas agências nesta terça-feira (15).

Em relatório publicado em Genebra, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) indica que "o progresso é insuficiente" e o "mundo está longe de alcançar" os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODD) estabelecidos pela ONU até 2030, relacionado à agricultura sustentável, segurança alimentar e gestão de recursos naturais nos mares e florestas.

"Hoje, devido à epidemia da covid-19, uma crise sanitária, econômica e social sem precedentes ameaça as vidas e os meios de subsistência dificultando o alcance dessas metas", ressalta a agência.

De acordo com Máximo Torero, economista-chefe da FAO, a pandemia aumenta os problemas relacionados à falta de dados e dificulta a tarefa dos tomadores de decisão política diante das situações de crise.

Esse cenário acontece em um mundo que já lutava para administrar seu abastecimento de alimentos, sua agricultura, sua pesca e suas florestas diante do aumento dos conflitos e do aquecimento global.

- Aumento da insegurança alimentar -

Quatro dos projetos mais importantes da agência da ONU ficaram para trás em relação ao cronograma estabelecido: o combate à desnutrição, os investimentos públicos agrícolas - que caíram um terço desde 2001 em relação ao PIB -, a sustentabilidade das populações de peixes e a extensão das superfícies florestais.

O número de pessoas afetadas pela desnutrição no mundo cresce lentamente desde 2014: cerca de 690 milhões de pessoas (8,9% da população mundial) já passavam fome antes da pandemia.

Isso significa um aumento anual de 10 milhões de pessoas e cerca de 60 milhões em cinco anos.

"O mundo não está nem perto de atingir o Objetivo 2.1 'Fome Zero' até 2030", informa o relatório.

A ONU está em alerta com o agravamento da insegurança alimentar, denominada "moderada e grave", que atinge 2 bilhões de pessoas no planeta.

Nos mares e oceanos, "a disponibilidade dos recursos pesqueiros mundiais não para de diminuir, ainda que em um ritmo mais lento", afirma o documento.

A pesca predatória acelerou em 40 anos, com uma população de peixes gerida de forma sustentável reduzida a 65,8% dos recursos em 2017, contra 90% em 1974.

- Falta de dados -

No entanto, a ONU indica uma "pequena melhoria" no combate à pesca ilegal.

Nas florestas, a perda de áreas florestais "continua", porém "em ritmo mais lento".

A FAO anunciou a criação de um laboratório de "megadados" e ferramentas para coletar informações em tempo real, além de uma ferramenta de monitoramento e análise dos preços de alimentos.

Por falta de dados, a ONU não consegue quantificar com precisão os avanços ou retrocessos no combate ao desperdício de alimentos, com a meta de reduzir seu volume pela metade até 2030.

A pandemia "teve um efeito devastador" nas metas do milênio da ONU, estimou a Fundação Bill e Melinda Gates em um comunicado, que deseja que elas tenham uma retomada rápida para que sejam atingidas até a data estabelecida.


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