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Estado de Minas

UE e China discutem difícil acordo sobre investimentos e direitos humanos


14/09/2020 14:25

A União Europeia pediu, nesta segunda-feira (14), que a China faça mais concessões para conseguir avançar em um ambicioso acordo sobre investimentos, durante uma cúpula virtual dedicada também aos direitos humanos, especialmente à situação da comunidade uigur, na região de Xinjiang.

Em uma cúpula realizada por videoconferência, as autoridades máximas da UE propuseram ao presidente da China, Xi Jinping, que autorize o envio de "observadores independentes" para verificar as denúncias sobre abusos contra essa comunidade, uma etnia chinesa de maioria muçulmana.

Em uma teleconferência de imprensa após a cúpula virtual, o titular do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que "a questão dos direitos humanos tem recebido uma atenção mais cuidadosa".

Além da situação dos uigures, na reunião os líderes europeus expressaram a Xi suas preocupações com Hong Kong e o aumento das tensões no mar da China Meridional.

Segundo o Conselho Europeu, China e UE "acordaram que o Diálogo Sobre Direitos Humanos ocorrerá em uma reunião presencial na China este ano".

Como previsto, Xi se conectou com a chefe do governo alemão, Angela Merkel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, além do próprio Michel.

Esta cúpula deveria ser a grande conquista diplomática da Alemanha durante sua presidência semestral da União Europeia, com todos os chefes de Estado e de Governo se reunindo com Xi na cidade alemã de Leipzig, mas a pandemia de coronavírus arruinou os planos e o enorme encontro se transformou em uma videoconferência.

O encontro foi promovido para se concentrar na demorada negociação sobre o acordo de investimentos, que já se arrasta por sete anos e inclui questões de muita complexidade, como a defesa da propeiedade intelectual, repasse de tecnologia e subsídios.

O objetivo original da Alemanha era criar condições para formular algum tipo de anúncio importante sobre este acordo até o final deste ano, um cenário considerado possível pelos negociadores chineses.

- China "tem que nos convencer" -

Em relação a este assunto, Michel disse que as conversas de hoje foram um "importante passo adiante para uma relação equilibrada" entre UE e China, mas admitiu que existem "diferenças reais" em "assuntos difíceis".

Por sua parte, Von der Leyen comentou que os investidores europeus "enfrentam muitas barreiras" para trabalhar na China, apontando que é preciso "reequilibrar as diferenças".

"A China tem que nos convencer de que vale a pena um acordo sobre investimentos", destacou.

Von der Leyen admitiu que "obviamente também há demandas do lado chinês, mas agora é o momento de provar que existe um verdadeiro interesse em mudar as coisas positivamente".

A UE, disse ela, está interessada em um acordo que avance em um processo "orientado por resultados". Por conta disso, acrescentou, "precisamos que a China se mova nessas questões e precisamos avançar se quisermos alcançar nossa meta comum de terminar as negociações este ano".

Em uma nota oficial, o Conselho Europeu destacou que as partes progrediram nas condições para o acordo sobre investimentos, mas acrescentou que na reunião "a UE enfatizou que é preciso trabalhar urgentemente para equilibrar o acesso aos mercados".

Xi e os líderes europeus também discutiram sobre as respostas à pandemia de covid-19 e o fortalecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS).


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