Um centro equestre do Oregon que abriu suas portas para cavalos selvagens, deslocados pelos incêndios que assolam a costa oeste dos Estados Unidos, acabou se tornando refúgio para outros animais fugindo das chamas, como porcos, patos, mulas e um boi.
Na semana passada, a equipe do Mount Hood Center, situado em Boring, ao leste de Portland, ofereceu abrigo para cavalos e seus donos. Eles fugiam dos incêndios que já devastaram uma área semelhante à superfície do estado de Nova Jersey e deixaram pelo menos 35 mortos até agora.
Em apenas algumas horas, cada um de seus 80 estábulos estava cheio de pessoas desesperadas, levando seus cavalos, geralmente de lugares localizados a poucos quilômetros das chamas.
"As pessoas estavam desesperadas, não tinham para onde ir. Estavam perdendo suas casas, seus estábulos e certamente não querem perder seus animais", afirmou o diretor de Operações do centro, Aaron Shelley.
Mas não foram apenas os cavalos que chegaram: o centro também acolheu um boi, mulas, pôneis, patos e porcos.
"Havia muitos animais em pânico, chutando e gritando. Parecia uma zona de guerra com todos gritando", relatou Shelley.
Em particular, os cavalos, acostumados a ficar ao ar livre, tiveram de ser acalmados pela equipe do centro equestre, que "fez um trabalho maravilhoso (...), confortando-os com palavras bonitas", disse Shelley.
- Doações -
Da mesma forma, os habitantes locais ajudaram com comida e ração para os animais. Imagens publicadas pelo centro hípico mostram a chegada de caminhões carregados com feno doado, e a equipe distribuindo o alimento para os animais.
"Tínhamos todos esses estábulos vazios. Era a coisa lógica a fazer", afirmou a diretora do centro equestre, Brandi Hatch.
"É maravilhoso ver como as pessoas se uniram e nos ajudaram", acrescentou.
Sarah Anderson, que trabalha no centro, trouxe quatro cavalos.
"Primeiro trouxe os animais. Depois, voltei com meu trailer e decidi acampar aqui", disse ela.
Embora os cavalos estejam protegidos das chamas, a fumaça densa que enche o ar é um perigo.
"Com animais desse tamanho, o perigo é a inalação de fumaça e a qualidade do ar", explicou Sarah.
"Nós não os exercitamos muito e os desaceleramos para que sua frequência cardíaca não acelere. Então, eles não inspiram mais do que o necessário", completou.
No domingo, vários encontraram abrigos mais permanentes, deixando apenas cerca de 20 cavalos restantes no centro. Com as chamas ainda assolando o estado, porém, a equipe permanece vigilante.
"Você não pode prever quem será afetado", disse Shelley, acrescentando que "mantemos as portas abertas para quem precisa de nós".