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Estado de Minas

Trump visita Kenosha e chama protestos violentos de 'terrorismo doméstico'

O presidente sorriu e cumprimentou apoiadores que aplaudiram sua comitiva, e foi vaiado por manifestantes do movimento contra o racismo e a violência policial


01/09/2020 23:07 - atualizado 01/09/2020 23:50

O magnata republicano percorreu áreas destruídas da cidade(foto: MANDEL NGAN / AFP )
O magnata republicano percorreu áreas destruídas da cidade (foto: MANDEL NGAN / AFP )
O presidente americano, Donald Trump, descreveu as manifestações violentas contra a polícia e o racismo como "terrorismo doméstico", ao visitar, nesta terça-feira, a pequena cidade de Kenosha, foco de protestos e distúrbios após um novo caso de brutalidade policial contra um homem negro.


"Estes não são atos de protesto pacífico, são terrorismo doméstico", afirmou Trump, referindo-se às várias noites de tumulto na pequena cidade, localizada em Wisconsin, estado-chave para as eleições de novembro.


O presidente visitou Kenosha ignorando os pedidos em contrário feitos pelo democrata Tony Evers, governador de Wisconsin, que expressou seu temor de que a presença de Trump inflame a tensão gerada pela morte de Jacob Blake.


O magnata republicano percorreu áreas destruídas da cidade, que refletem o clima tenso das noites de manifestação, que deixaram dois mortos na semana passada. "Iremos ajudá-los", prometeu o presidente a comerciantes em frente a uma loja incendiada.


"Estes homens fizeram um trabalho maravilhoso", assinalou Trump, apontando para policiais posicionados em frente a prédios destruídos.


- Visita inoportuna -


O prefeito de Kenosha, John Antaramian, democrata, havia dito no fim de semana que este não era um bom momento para uma visita presidencial à cidade, onde Trump reuniu-se com autoridades policiais e observou de perto os estragos.


O presidente sorriu e cumprimentou apoiadores que aplaudiram sua comitiva, e foi vaiado por manifestantes do movimento contra o racismo e a violência policial Black Lives Matter. Os dois grupos trocaram ofensas e palavras de ordem.


"Esta é uma grande área, um grande estado", disse Trump posteriormente, indicando que seu governo avalia destinar pelo menos 47 milhões de dólares às forças de ordem de Wisconsin, a pequenos negócios e a programas de segurança pública. "Colocaremos Kenosha em forma novamente", garantiu o presidente.


Durante meses, Trump buscou mudar seus passos na corrida pela Casa Branca, contra o democrata Joe Biden, após ter sido deixado para trás nas pesquisas, em boa parte devido à sua gestão da pandemia de coronavírus. Às vésperas das eleições de 3 de novembro, ele se sente muito mais confortável no campo da "lei e da ordem", frente à onda de protestos contra o racismo.


- Microcosmo -


Kenosha, localizada às margens do Lago Michigan, no norte do país, converteu-se em um microcosmo da tensão racial e ideológica nos Estados Unidos, quase quatro anos após a chegada de Trump à Casa Branca. A cidade foi cenário de protestos do Black Lives Matter, de distúrbios e de confrontos envolvendo grupos brancos armados.


No apogeu da tensão, Kyle Rittenhouse, 17, simpatizante de milícias, supostamente matou duas pessoas a tiros durante um protesto e feriu uma terceira.


Os democratas e aqueles que pedem uma reforma policial consideram Kenosha um símbolo do racismo institucional, que leva a confrontos sangrentos entre agentes e suspeitos negros. Também afirmam que o ato de Rittenhouse revela um aumento das milícias de direita, que, de forma cada vez mais ostensiva, exibem suas armas e se comportam como agentes da lei.


O candidato democrata à Presidência, Joe Biden, acusou Trump de ser "fraco", por não pedir a seus apoiadores "que deixem de agir como uma milícia armada".


- 'Situação interessante' -


Trump havia dito antes da visita que desejava "ver as pessoas que fizeram um bom trabalho por mim", referindo-se às unidades policiais que interromperam os distúrbios. Ele se negou a condenar a ação de Rittenhouse, que circulava pelas ruas com um rifle, o que considerou "uma situação interessante", e disse que o adolescente reagiu porque foi atacado.


Trump acusa Biden de fraqueza diante dos protestos em cidades como Kenosha e Portland, e de não denunciar suficientemente a violência de manifestantes. "Precisamos de um presidente que faça a temperatura baixar e que una o país, e não de um que aumente a temperatura e nos separe ainda mais", tuitou hoje o candidato democrata.


A visita de Trump aconteceu enquanto, em Los Angeles, eram convocados novos protestos para esta terça-feira, após a morte de um homem negro por policiais ocorrida ontem.


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