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Estado de Minas

EUA veta resolução na ONU por não incluir repatriação de jihadistas


31/08/2020 19:13

Os Estados Unidos vetaram nesta segunda-feira (31) uma resolução das Nações Unidas sobre o destino de jihadistas estrangeiros que, ao contrário do que Washington esperava, não incluía sua repatriação, de acordo com diplomatas.

Elaborado pela Indonésia, membro não permanente do Conselho de Segurança, o texto conquistou o apoio de 14 membros, sendo que os EUA fizeram o único voto contrário, já que não foi incluída a intenção de repatriar os combatentes para seus países de origem.

Em vez disso, o documento incentiva a reintegração social de ex-combatentes, muitos detidos na Síria e no Iraque, após cumprirem penas na prisão, e um apoio especial a suas famílias.

Washington, que negociou com Moscou para incluir o termo "repatriação" no texto, há muito tempo pede o retorno dos jihadistas estrangeiros detidos na Síria e no Iraque a seus países. Os europeus e os países árabes discordaram, preferindo que eles sejam julgados e cumpram as penas onde cometeram seus crimes.

Na questão da luta contra o terrorismo, a princípio acordada até agora pelo Ocidente em instâncias internacionais, o veto dos Estados Unidos é um marco e parece refletir a crescente irritação do governo norte-americano com as nações europeias.

Em agosto, europeus rejeitaram na ONU um projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos com o objetivo de estender o embargo de armas ao Irã. Essa proposta foi vista como uma tentativa de Washington de restabelecer as sanções internacionais contra Teerã.

Na semana passada, durante um debate sobre contraterrorismo, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Kelly Craft, lamentou que os europeus fingissem "afundar a cabeça na areia" diante da "grave ameaça" de jihadistas estrangeiros.

"Devemos trabalhar juntos para evitar que a população de combatentes terroristas estrangeiros detidos na Síria e no Iraque, bem como membros de suas famílias, se tornem o núcleo" do relançamento do Estado Islâmico, acrescentou, referindo-se às difíceis negociações do texto indonésio.

O veto dos EUA representa um desdém à Indonésia, que fez desta resolução uma das prioridades de sua presidência em agosto do Conselho de Segurança. Para o país, o uso do veto pelos Estados Unidos é "ilógico". Diplomatas que pediram anonimato chamaram a atitude de Washington de "infantil".


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