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Estado de Minas

Europa aumenta proteção ante pandemia que reserva meses ainda mais difíceis


28/08/2020 09:49

O uso de máscara se tornou obrigatório em toda Paris nesta sexta-feira (28), a medida mais recente do governo francês para tentar controlar o preocupante avanço da pandemia, que, nas palavras da chanceler alemã, Angela Merkel, reserva meses ainda "mais difíceis" com a chegada do outono na Europa.

Desde seu surgimento na China em dezembro, o vírus já matou 832.336 pessoas e mais de 24,5 milhões foram infectadas, aponta um balanço da AFP com base em dados oficiais.

Os Estados Unidos registram 180.527 mortes e 5.860.397 casos confirmados, o país mais afetado pelo coronavírus. Em plena campanha para a reeleição, o presidente Donald Trump prometeu derrotar a covid-19 com uma vacina ainda "este ano".

"Derrotaremos o vírus, acabaremos com a pandemia e sairemos mais fortes que nunca", afirmou Trump na quinta-feira, em discurso na Convenção Nacional Republicana, durante o qual enalteceu sua gestão da crise, apesar de o país ter registrado 931 mortes pelo vírus nas últimas 24 horas, atrás apenas da Índia (1.057 mortos) e do Brasil (984).

Após uma curta trégua na Europa, os novos focos nas últimas semanas forçaram vários países a intensificar suas restrições.

A França, por exemplo, registrou na quinta-feira mais de 6.000 contágios em 24 horas, um recorde.

"A epidemia está voltando a avançar em todo país", advertiu na quinta-feira o primeiro-ministro francês, Jean Castex, que declarou obrigatório o uso de máscara em toda Paris e seus subúrbios.

O uso já era obrigatório nos transportes público, locais fechados e ruas mais movimentadas, sob pena de 135 euros (US$ 159) de multa. A partir desta sexta, porém, a máscara deve ser utilizada em toda cidade.

- 'Levem a sério!" -

A pedido da prefeitura, os ciclistas e as pessoas que correm ao ar livre estão isentas da máscara.

Vinte e um departamentos franceses estão na "zona vermelha", incluindo os Alpes Marítimos (sudeste), onde acontecerão as duas primeiras etapas da Volta da França, que começa no sábado.

A largada em Nice acontecerá praticamente sem público e, ao longo do percurso, o uso de máscaras será obrigatório.

Considerada um modelo no controle da pandemia, a Alemanha também intensificou as restrições e aumentou as multas para os infratores.

Embora a propagação do vírus no país continue menor do que durante a primavera (outono no Brasil), Berlim apontou que "o número de infecções voltou a aumentar", em particular com a importação de novos casos provocados pelo retorno das férias.

"Vamos ter que viver com este vírus durante muito tempo ainda (...) A situação continua sendo grave. Levem-na a sério", advertiu a chanceler Angela Merkel, em entrevista coletiva.

Nela, Merkel destacou que se gozou de uma "liberdade e proteção relativas" no verão (europeu), graças ao bom tempo, mas que "algumas coisas vão ser mais difíceis nos próximos meses".

O país, que registrou 1.500 novos casos em 24 horas, também ampliará até o fim do ano a proibição de reuniões ao ar livre com mais de 50 pessoas, com uma possível exceção para as partidas de futebol.

- Difícil retorno às aulas -

Na Espanha, que registra uma aceleração de casos, o governo aprovou na quinta-feira, a 10 dias do retorno das primeiras crianças às escolas, as medidas básicas de proteção diante da disparidade de protocolos decididos pelas 17 regiões do país.

A máscara será obrigatória para os maiores de seis anos, a temperatura será medida a cada manhã, as crianças deverão lavar as mãos cinco vezes ao dia, as salas devem ter ventilação constante, e os alunos terão de manter uma distância de 1,5 metro entre si.

Muitos pais e professores temem, no entanto, que as medidas sejam insuficientes, ou que tenham sido anunciadas muito tarde para uma aplicação correta.

Nos últimos 14 dias, o país registrou 190 novos casos para cada 100.000 habitantes, a taxa mais elevada da União Europeia.

- Direito à despedida -

Na América Latina, região mais afetada do planeta, com quase 270.000 vítimas fatais e mais de sete milhões de contágios, a população está aprendendo a conviver com o vírus.

Bogotá flexibilizou na quinta-feira o isolamento estrito por zonas e começou a aplicar medidas menos severas, orientadas, sobretudo, para estimular o comércio na capital.

Na Argentina, o município de Buenos Aires garantiu a seus habitantes o "direito à despedida" dos pacientes que sofrem com a covid-19, geralmente internados sozinhos. Um parente de entre 18 e 60 anos poderá acompanhar um paciente em sua fase terminal.

"Em grande parte do mundo, se definiu o coronavírus como a doença da solidão. São muitos casos de familiares que sentem que os entes queridos faleceram, porque sentiram que estavam sozinhos", explicou o deputado Facundo Del Gaiso, autor da iniciativa.


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