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Estado de Minas

Líder opositora reivindica "revolução pacífica" em Belarus


25/08/2020 11:25

A líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya afirmou nesta terça-feira que uma "revolução pacífica" está acontecendo no país, apesar da repressão do governo, que deseja conter o movimento contra o presidente Alexander Lukashenko.

A onda de manifestações, inédita desde a chegada ao poder de Lukashenko em 1994, entrou na terceira semana, sem registrar uma queda no número de participantes, apesar das declarações bélicas do presidente.

"Somos a maioria agora. Uma revolução pacífica está em curso. Não é uma revolução geopolítica (...) e sim uma revolução democrática", afirmou por videoconferência durante uma reunião com membros do Parlamento Europeu.

Tikhanovskaya, que buscou refúgio na Lituânia, rebateu os termos "pró-Rússia ou anti-Rússia" e "pró ou anti-UE" sobre os protestos, que o presidente Lukashenko se esforça para apresentar como um complô ocidental para provocar uma mudança de regime e enfraquecer as relações entre Minsk e Moscou.

"Meu país está em crise", declarou a opositora, que criticou as detenções, desaparecimentos e mortes de manifestantes.

A opositora, que falou de uma cozinha e apareceu no telão do Parlamento Europeu, afirmou que a manifestação de 23 de agosto em Minsk foi a "maior da história de Belarus" e destacou que as "tentativas de repressão violenta não enfraqueceram, apenas reforçaram a determinação da nação.

Quase 100.000 pessoas protestaram no domingo na capital de Belarus, como já havia acontecido em 16 de agosto.

O movimento de protesto começou após o anúncio dos resultados da eleição presidencial de 9 de agosto, que apontaram a vitória de Lukashenko com 80% dos votos, o que a oposição atribui a uma fraude.

"Nossas demandas são simples: eleições livres e justas", insistiu Tikhanovskaya, antes de afirmar que está disposta "a negociar com as autoridades" e aceitar uma mediação de organizações internacionais, ao mesmo tempo que pediu respeito à "soberania de Belarus".

A União Europeia considera ilegítimos os resultados oficiais da eleição e afirmou que está ao lado dos bielorrussos.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, prometeu novas sanções contra um número "substancial" de autoridades bielorrussas e responsáveis pela "violência, repressão e fraude eleitoral".

Os líderes europeus também exigiram que o presidente russo, Vladimir Putin, pressione Lukashenko para que aceite o diálogo com a oposição.

Mas o Kremlin considera que a crise política na ex-república soviética é um "assunto interno" e condena as "tentativas de interferência estrangeira".

O número dois do Departamento de Estado americano, Stephen Biegun, se reunirá em Moscou com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, após um encontro em Vilna com Tikhanovskaya, a quem chamou de "muito impressionante".

Lukashenko, que no domingo apareceu com um fuzil na mão, se recusa a ceder aos manifestantes, que chamou de "ratos", e pediu às forças de segurança que acabem com os "incidentes" e ao exército que defenda as fronteiras.

As autoridades multiplicaram nos últimos dias as detenções de opositores e grevistas.

Como demonstração da pressão crescente, a escritora Svetlana Alexievich, prêmio Nobel de Literatura em 2015, foi convocada para ser interrogada por integrar o "conselho de coordenação" formado pela oposição para organizar a transição política.


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