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Estado de Minas

Novos corpos encontrados em Beirute; juiz local assume investigação


14/08/2020 09:30

As equipes de resgate encontraram, nesta sexta-feira (14), os corpos dos bombeiros mortos na trágica explosão do porto de Beirute há 10 dias, ao mesmo tempo que as autoridades libanesas, contrárias a uma investigação internacional, atribuíram o caso a um juiz local.

A capital do Líbano, devastada pela tragédia, continua recebendo autoridades estrangeiras. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, se reunirá nesta sexta-feira com representantes do governo.

A ministra da Defesa da França, Florence Parly, e o número três da diplomacia dos Estados Unidos, David Hale, chegaram à cidade na quinta-feira.

A comunidade internacional deseja um governo neutro para coordenar a ajuda ao Líbano, após a renúncia do gabinete do primeiro-ministro Hassan Diab. A população acusa a classe política de responsabilidade, por negligência ou corrupção, na explosão de 4 de agosto que deixou pelo menos 171 mortos e 6.500 feridos.

No porto destruído, as equipes de resgate continuam encontrando vítimas da explosão provocada por uma grande quantidade de nitrato de amônio armazenado em um depósito. Todo o país sabia da presença no meio da cidade de toneladas desta substância há seis anos, como admitiram algumas autoridades e fontes das forças de segurança.

Graças a exames de DNA, os restos mortais de dois dos três bombeiros da mesma família que eram considerados desaparecidos foram identificados.

- "Sem funerais" -

"Não organizaremos um funeral antes de encontrar Charbel Karam", o terceiro bombeiro da mesma família, afirmou à AFP Mayane Nassif, parente de uma das vítimas. Até o momento foram encontrados os restos mortais de sete dos 10 bombeiros que trabalhavam para tentar conter o incêndio.

Os libaneses já estavam sufocados pela crise econômica e a explosão provocou o retorno do movimento de protesto iniciado em 2019 contra a classe política, acusada de corrupção, incompetência e negligência.

Diante da fúria das ruas, o governo de Diab renunciou na segunda-feira. Seu sucessor deve ser designado pelo chefe de Estado, Michel Aoun, com base em consultas com os blocos parlamentares que representam os partidos políticos tradicionais, rejeitados pelos manifestantes

- Sem investigação internacional -

Hale, subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, que se reuniu com o presidente Aoun, pediu a formação de um governo "que responda à vontade do povo, verdadeiramente comprometido e que atue pela reforma".

A França também pressiona nesta sentido. A ministra da Defesa do país participou em uma cerimônia de entrega de alimentos e material de construção.

As autoridades libanesas designaram o juiz Fadi Sawan para investigar as causas da explosão.

Mas ele não interrogará vários ministros e ex-ministros sobre o nitrato de amônio armazenado no porto: estas pessoas devem comparecer a um organismo especial.

Hale anunciou na quinta-feira que o FBI se uniria à investigação "por convite" das autoridades libanesas. Paris abriu uma investigação sobre a explosão.

As autoridades libanesas rejeitam uma investigação internacional, apesar das vozes no Líbano e no exterior que exigem tal medida. Especialistas da ONU defenderam uma investigação independente e rápida, expressando preocupação com a "impunidade" da qual, segundo eles, gozam os políticos libaneses.


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