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Estado de Minas

Com pouco rastreamento de contatos e testes demorados, vírus fica à deriva na Flórida


29/07/2020 10:55

No momento em que a Flórida é o epicentro do coronavírus nos Estados Unidos, duas ferramentas fundamentais para combater a pandemia estão prejudicadas: os resultados dos testes demoram mais de dez dias, e não há rastreamento de contatos.

A jornalista espanhola Gemma García fez o teste no final de junho em Miami e teve de esperar 11 dias para saber que havia dado positivo.

Isso é muito mais do que o período de 48 horas recomendado pelos Centros de Controle de Doenças (CDC) para combater a pandemia.

Este atraso entre os testes e seus resultados é uma das razões pelas quais a Flórida é o epicentro da pandemia, junto com o Texas e a Califórnia, no país mais afetado pelo vírus que assola o mundo.

De acordo com números atuais, um em cada 50 habitantes da Flórida foi infectado com o coronavírus, que matou mais de 6.000 pessoas.

"Isso é a má gestão da situação", acusou o doutor Alberto Domínguez-Bali, do Hospital de Hialeah, no oeste de Miami.

- Testes em grupo -

Começa então a troca de acusações sobre os responsáveis pelo presente cenário.

Há duas semanas, o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, acusou os laboratórios pelos atrasos e ameaçou parar de enviar trabalho aos que demorarem mais.

Aliado fiel do presidente Donald Trump, DeSantis se negou a ordenar o uso obrigatório de máscaras, embora alguns prefeitos o tenham tornado obrigatório por conta própria.

Desde então, os dois maiores laboratórios do país, Quest Diagnostics e LabCorp, anunciaram que o governo federal os autorizou a fazer testes em grupo, ou "pool tests", para economizar tempo.

Isso significa que várias amostras são coletadas e examinadas em um teste. Se o grupo for positivo, então, examinam-se as amostras individualmente para identificar casos específicos.

Em sua página na Internet, o Quest informa que os resultados para pacientes não urgentes levam de sete dias a duas semanas, enquanto os prioritários saem em dois dias.

- Quem rastreia os contatos? -

A demora também torna ineficaz o rastreamento de contatos, uma ferramenta que foi fundamental em outros países para conter a pandemia.

No caso da jornalista García, por exemplo, nenhuma das 14 pessoas que ela sugeriu que fizessem o teste recebeu a ligação de um rastreador de contatos.

O Departamento de Saúde da Flórida disse, em seu site, que tem 1.600 funcionários designados para este trabalho. Segundo especialistas, o "estado do Sol" precisaria de pelo menos 6.300 rastreadores para cobrir seus 21 milhões de habitantes.

Um estado que não cobra impostos e depende do turismo para sobreviver, a Flórida se apressou para atrair visitantes entre maio e junho, quando mergulhava no desastre econômico, e o vírus parecia estar sob controle.

Agora, porém, muitos hospitais estão ficando sem leitos, as unidades de terapia intensiva (UTI) estão escassas, e o turismo, assim como o emprego e a situação econômica em geral, estão desmoronando.


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