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Estado de Minas

Chileno é acusado formalmente na França do homicídio de japonesa


24/07/2020 19:49

O chileno Nicolás Zepeda, acusado de assassinar sua ex-namorada japonesa, que desapareceu na cidade francesa de Besançon (leste) em 2016, foi formalmente acusado de homicídio nesta sexta-feira (24), após ser extraditado para Paris, disse à AFP o promotor de Besançon, no leste da França.

"Nicolas Zepeda foi indiciado (acusado) pelo assassinato de Narumi", declarou o promotor Etienne Manteaux.

Después Zepeda foi colocado em prisão provisória após audiência com a juíza.

Zepeda, de 29 anos, chegou a Paris no voo AF401 da Air France, que pousou pouco depois das 11 horas, horário local (06H00 horário de Brasília), no aeroporto Charles-de-Gaulle, antes de ser entregue às autoridades francesas, disse ao AFP uma fonte do aeroporto.

De lá, ele foi transferido diretamente para Besançon, onde será interrogado pelo juiz responsável pelo caso.

Zepeda é o único suspeito do desaparecimento de Narumi Kurosaki, 21 anos, cujo paradeiro foi perdido em 6 de dezembro de 2016 em uma residência universitária em Besançon. Embora seu corpo não tenha sido encontrado, os investigadores supõem que a jovem esteja morta.

Segundo os investigadores, Zepeda, a quem a justiça francesa acusa de "assassinato doloso cometido com premeditação", viajou para a França especialmente para cometer o crime depois de saber que Kurosaki tinha um novo relacionamento romântico.

Segundo a investigação, nos dias anteriores ele comprou material inflamável, seguiu a vítima e na noite do suposto crime a convidou para almoçar e depois foi com ela para a residência estudantil, onde a teria sufocado e estrangulado. Depois disso, ele teria colocado seu corpo em uma mala e escondido em uma floresta próxima.

Para elaborar esse relato, a justiça francesa realizou a triangulação do GPS do carro que Zepeda alugou na França, revisou imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais e as compras que ele fez com seu cartão de crédito.

Os estudantes da residência contaram aos investigadores que ouviram "gritos de terror" na noite do desaparecimento, mas ninguém chamou a polícia.

O suspeito nega envolvimento no suposto crime.

- Extradição 'excepcional' -

A extradição põe fim no Chile ao trâmite judicial iniciado em março, quando foi aceito o pedido da justiça francesa para abrir esse processo contra Zepeda.

Essa extradição "é uma decisão excepcional, é a primeira vez que o Chile extradita um de seus cidadãos para a França e sem reciprocidade", disse Etienne Manteaux, promotor de Besançon, à AFP.

O caso teve como antecedente a recusa dos tribunais franceses em extraditar o ex-guerrilheiro chileno Ricardo Palma Salamanca, exigido em seu país como um dos autores do assassinato em 1991 do senador de direita Jaime Guzmán, colaborador próximo do ex-ditador Augusto Pinochet (1973-1990) e próximo a vários membros do governo Sebastián Piñera.

Antes do caso de Zepeda, o Chile havia autorizado pelo menos duas extradições de chilenos para a França.

Embora no Chile o caso não tenha despertado maior interesse, na França e no Japão tem sido muito acompanhado, especialmente agora que foi aberta a possibilidade de julgar o único acusado.

Sua defesa na França será realizada por Jacqueline Laffont, renomada advogada que defendeu o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy em um caso de corrupção, segundo a imprensa francesa.


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