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Estado de Minas

Reino Unido suspende tratado de extradição com Hong Kong


20/07/2020 15:01

O Reino Unido tensionou ainda mais suas relações com a China nesta segunda-feira (20), ao suspender seu tratado de extradição com Hong Kong, em protesto contra a nova lei de segurança aplicada por Pequim no território.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, anunciou hoje a suspensão "imediata e por uma duração indeterminada" do tratado de extradição com Hong Kong, em reação à imposição por parte da China de uma polêmica lei de segurança nesta ex-colônia britânica.

Em um anúncio muito aguardado no Parlamento, o ministro justificou essa decisão pelo fato de que a lei de segurança imposta em Hong Kong "mudou consideravelmente" a maneira como seu sistema judicial funciona.

A China agora pode reivindicar "jurisdição sobre certos assuntos", que seriam então "apresentados aos tribunais chineses", argumentou o chefe da diplomacia britânica.

Raab também anunciou ao Parlamento que o Reino Unido decidiu estender a Hong Kong o embargo de armas "potencialmente letais", aplicado à China desde 1989.

"A extensão deste embargo significa que não haverá mais exportação de armas potencialmente letais, seus componentes ou munições", explicou o ministro, acrescentando que isso também se refere a "todos os equipamentos que não são mais proibidos (na China), mas que poderiam ser usados para repressão interna".

Ambas as decisões foram tomadas em resposta à promulgação da lei de segurança nacional em Hong Kong pela China, após uma onda de protestos em favor das liberdades na ex-colônia britânica.

Entre outras coisas, a lei pune atividades separatistas, "terroristas", subversão ou interferência estrangeira no território autônomo chinês.

"É uma violação clara e séria do tratado sino-britânico que organizou o retorno de Hong Kong a Pequim em 1997", disse Raab.

Graças a este tratado, Hong Kong recebeu até 2047 liberdades desconhecidas no resto da China, de acordo com o princípio "um país, dois sistemas".

Em reação, Londres já havia anunciado a ampliação dos direitos de imigração a milhões de habitantes de Hong Kong portadores do "passaporte britânico estrangeiro", o que facilitaria o acesso à cidadania.

- "Não seguir o caminho errado" -

Além das tensões, há também as críticas britânicas sobre o tratamento da China ao grupo étnico minoritário uigur, muçulmanos que --de acordo com denúncias de grupos humanitários-- são transferidos para centros de reeducação e submetidos a esterilizações forçadas.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, havia alertado o Reino Unido sobre possíveis represálias por se intrometer em seus assuntos internos, chamando as críticas à política de Pequim em relação aos uigures de "calúnias".

"Pedimos ao Reino Unido que não siga neste caminho errado, para evitar danos ainda maiores nas relações com a China", alertou Wang.

"As recentes observações e medidas erradas em relação a Hong Kong violam gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais...", continuou.

"A China condena e se opõe energicamente a isso", destacou.

A suspensão do tratado de extradição pelo Reino Unido ocorre depois que Estados Unidos, Canadá e Austrália tomaram medidas semelhantes.

Pequim acusou Londres de ser um 'fantoche' da política externa americana sobre a empresa Huawei, depois que Washington impôs sanções à sociedade chinesa por seu acesso a chips americanos que são essenciais para suas redes 5G.

Os Estados Unidos acreditam que a empresa privada está em conluio com o Estado chinês e que o uso de sua tecnologia pode colocar em risco questões relacionadas aos serviços de inteligência, o que a empresa nega.


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