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Estado de Minas

Israel volta a impor restrições para combater pandemia que enfraquece Netanyahu


17/07/2020 11:43

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta críticas cada vez mais duras devido ao ressurgimento da epidemia de COVID-19 no país, que nesta sexta-feira (17) levou o governo a restabelecer restrições.

Para "evitar um confinamento geral devido ao forte aumento da mortalidade vinculada ao coronavírus", o gabinete do primeiro-ministro e o Ministério da Saúde anunciaram que a maioria dos comércios não-essenciais e locais públicos deverão fechar neste fim de semana, até nova ordem.

De sexta à noite até domingo pela manhã, "lojas (consideradas não essenciais), shopping centers, salões de beleza, bibliotecas, zoológicos, museus, piscinas, atrações turísticas e os bondes estão fechados", indicaram em comunicado.

"Qualquer violação dessas restrições será considerada crime", acrescentou.

Netanyahu já enfrentou muitas outras crises, mas desta vez parece cambalear diante da gerada pela pandemia.

De acordo com uma pesquisa realizada essa semana pelo canal 13, 61% dos eleitores estão "descontentes" com sua gestão da epidemia.

Trata-se de uma mudança brusca, já que as medidas muito rigorosas adotadas no início da crise concederam ao primeiro-ministro um aumento de sua popularidade.

Segundo o centro de pesquisa Israel Democracy Institute (IDI), o apoio a Netanyahu passou de 57,5% para 29,5% entre abril e julho.

Com nove milhões de habitantes, Israel registrou oficialmente 46.059 casos do novo coronavírus, incluindo 384 mortes.

- Mea culpa -

Assim como outros líderes, o primeiro-ministro israelense oscilou entre a necessidade de reabrir a economia e ao mesmo tempo evitar uma segunda onda do vírus.

Mas não conseguiu nem um nem o outro: a propagação voltou a aumentar e os protestos contra as dificuldades econômicas se multiplicam, em um contexto de aumento do desemprego, que passou de 3,4% em fevereiro para 23,5% em maio (27% em abril).

No sábado, milhares de pessoas protestaram em Tel-Aviv. Na terça-feira, houve confrontos em frente à casa de Benjamin Netanyahu em Jerusalém.

Netanyahu fez seu mea culpa devido à reabertura muito rápida da economia, que disparou o número de casos.

As reuniões de mais de dez pessoas em locais fechados e de vinte ao ar livre estão agora proibidas, uma decisão "política" para impedir as manifestações, segundo o deputado Ofer Cassif da Lista Unida, aliança de partidos árabes e comunistas.

Para aliviar a indignação social, o primeiro-ministro anunciou um plano de 90 bilhões de shekels (22,5 bilhões de euros, US$ 25,5 bilhões) que inclui auxílios para "todos os cidadãos".

- "Negligência" -

Para Dan Ben David, professor na Universidade de Tel Aviv, Benjamin Netanyahu é responsável pelos erros na gestão da crise, que evidenciam sua negligência em seus 11 anos de mandato.

"O primeiro-ministro não se importava realmente com a política interna" afirma o professor, acrescentando que a prioridade foi por anos dada à segurança, diplomacia e à macroeconomia.

As principais decisões durante a crise não foram tomadas pelo Ministério da Saúde, mas sim por Benjamin Netanyahu, então ocupado com seu processo por corrupção e seu projeto de anexar áreas da Cisjordânia ocupada, segundo os especialistas.

São crescentes os pedidos para que o governo nomeie um responsável pelo combate ao coronavírus. Mas, segundo vários analistas, Netanyahu resiste pois teria que conceder poder a outra personalidade.


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