(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

UE defende o diálogo com a Turquia, sem descartar represálias


postado em 13/07/2020 15:01

Os chanceleres da União Europeia (UE) defenderam, nesta segunda-feira (13), a resolução através do diálogo de suas diferenças com a Turquia, um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e fundamental na gestão migratória, preparando outras medidas caso Ancara não responda.

No final de uma reunião em Bruxelas, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que os ministros lhe pediram "para explorar maneiras que possam contribuir para reduzir as tensões e chegar a um entendimento" sobre as disputas com Ancara.

"Também prepararei opções para outras medidas apropriadas que possam ser tomadas em resposta aos desafios que enfrentamos como resultado das ações turcas, inclusive no Mediterrâneo oriental", acrescentou Borrell em coletiva de imprensa.

Há várias frentes em pauta.

Os europeus acusam Ancara de fazer perfurações "ilegais" frente à costa do Chipre, país da UE, e reclamam de suas ações no conflito na Líbia, em apoio ao governo de Fayez al-Sarraj.

A França, em particular, critica Ancara por violar o embargo de armas contra a Líbia decretado pela ONU e por ter atacado uma de suas fragatas durante um controle dessa decisão no Mediterrâneo oriental.

Na Síria, a Turquia combate os curdos, aliados da coalizão internacional contra os extremistas do Estado Islâmico. E, em seu país, o governo de Recep Tayyip Erdogan é acusado de violar os direitos humanos.

Nesse contexto, a decisão do presidente Erdogan de transformar em mesquita a antiga basílica de Santa Sofia, um monumento emblemático para a Igreja Ortodoxa, aumenta a tensão - em especial com a Grécia.

"Este é o último elo de uma cadeia de provocações", disse o ministro austríaco das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, pedindo uma atitude mais firme em relação a Ancara.

Segundo, a Turquia "simplesmente não é mais um parceiro confiável na Europa".

Seu colega luxemburguês, Jean Asselborn, chamou a decisão de Hagia Sophia de "ataque à civilização" e considerou que este país candidato à adesão à UE "está indo na direção errada" em termos de "democracia e direitos humanos".

O chefe da diplomacia europeia explicou que a maioria dos países europeus defendeu pedir que as autoridades turcas "reconsiderem e revertam" uma decisão que "inevitavelmente alimentará a desconfiança".

- "Sócio estratégico" -

"Houve uma grande maioria que deixou claro que todas essas questões devem ser abordadas e que deve estar muito claro para o lado turco que esperamos sinais positivos", explicou o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, chamando a Turquia de "sócio estratégico".

Apesar das diferenças, Ancara é um sócio-chave dos europeus para as "relações econômicas e comerciais, a gestão de fluxos migratórios e combate ao terrorismo", afirmou seu colega espanhol, Arancha González Laya.

Lembra-se que a UE precisa, por exemplo, do apoio da Turquia para controlar a chegada de migrantes à costa grega, como demonstra o polêmico acordo alcançado em 2016 com Ancara em meio à crise migratória e que reduziu drasticamente sua chegada.

Com este trunfo em seu poder, Erdogan anunciou em fevereiro passado a abertura da fronteira com a Grécia, causando o afluxo de dezenas de milhares de migrantes, e acusou a UE de não cumprir seus compromissos de visto.

A Alemanha, que acaba de assumir a presidência da UE, não quer uma nova crise de migrantes, disse uma autoridade europeia à AFP. Recentemente, a Eurocâmara aprovou EUR 485 milhões para ajudar refugiados na Turquia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)