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Estado de Minas

Partido no poder vence eleições em Singapura, oposição avança


postado em 10/07/2020 21:38

O partido no poder há seis décadas em Singapura manteve a maioria nas eleições legislativas celebradas nesta sexta-feira (10) com medidas especiais devido ao novo coronavírus, mas a oposição conseguiu um resultado histórico.

O Partido da Ação Popular (PAP), que governa desde a independência, em 1965, obteve 83 dos 93 assentos e 61,2% dos votos.

Um resultado inferior ao das últimas eleições, em 2015, quando obteve 70% dos votos.

O opositor Partido dos Trabalhadores conseguiu 10 assentos, quatro a mais que seu melhor resultado eleitoral até hoje.

O PAP "deverá fazer um exame de consciência importante" comentou um especialista da Universidade de Gestão de Singapura ao canal local CNA. "Deverão se centrar realmente em ver o que contribuiu para este resultado" da oposição.

O primeiro-ministro Lee Hsien Loong manteve o cargo, mas com menos votos.

Embora muito longe da vitória, os simpatizantes do Partido dos Trabalhadores comemoraram o resultado em um dos redutos da organização política, aplaudido e agitando bandeiras.

"Esperamos que nos próximos cinco anos sejam melhores para o futuro de Singapura", declarou à AFP Miguel, um dos presentes.

Usando máscaras, luvas e respeitando o distanciamento social, os singapurianos votaram com extrema precaução.

As autoridades recomendaram horários determinados para os eleitores e convidaram os idosos, mais vulneráveis ao vírus, para ir às urnas pela manhã e as seções eleitorais ficaram abertas duas horas além do previsto devido às longas filas de espera em um país onde o voto é obrigatório.

Este prolongamento irritou a oposição. Em um comunicado, o Partido Democrata de Singapura afirmou que alguns de seus assessores tiveram que deixar as seções antes do fim da votação.

"Alguns centros de votação permanecerão sem vigilância quando as urnas forem fechadas, o que poderia colocar em dúvida os resultados", destacou.

A rica ilha do sudeste foi um dos primeiros países afetados pela epidemia do novo coronavírus, devido a seus laços com a China. Mas foi uma segunda onda de contágios em residências de trabalhadores migrantes em abril o que mais impactou, obrigando-a a instaurar um confinamento até meados de junho.

Singapura contabilizou mais de 45.000 infecções, 26 delas fatais.

A oposição considerou irresponsável a decisão de convocar eleições, mas as autoridades garantem ter feito o necessário para que os 2,65 milhões de eleitores convocados pudessem votar de forma segura.

Embora a oposição continue sendo frágil, se fortaleceu com o apoio de Lee Hsien Yang, irmão do primeiro-ministro Lee Hsien Loong, na corrida pelo último mandato.

- Disputa entre irmãos -

O irmão está irritado com o premier pela herança de seu pai, fundador da Singapur Lee Kuan Yew, e se tornou membro do Partido Progresso de Singapura.

"Votar na oposição é a opção mais segura para Singapura", disse Lee Hsien Yang.

O emprego e a resposta do governo à pandemia são os temas que despertaram o maior interesse entre os eleitores.

O PAP, que supervisionou a transformação de Singapura em uma das sociedades mais ricas do mundo, conta com um apoio sólido, mas tem sido acusado de arrogância, fraude eleitoral e atacar seus adversários.

Durante a campanha, vários meios de comunicação foram alvo de uma polêmica lei contra a desinformação após publicarem comentários de uma personalidade da oposição sobre o surto do novo coronavírus.

As eleições também são uma etapa em uma transição, orquestrada pelo poder, para uma nova geração de líderes, na qual o primeiro-ministro de 68 anos passaria o cargo para um sucessor.


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