Os bares e restaurantes de São Paulo, a capital econômica do país, voltam a receber clientes a partir desta segunda-feira (6), em uma nova fase de reabertura depois de mais de cem dias com as portas fechadas por causa da quarentena parcial.
A cidade mais populosa do Brasil, com mais de 12 milhões de habitantes, acumula quase 140.000 casos confirmados e 7.621 mortes pelo novo coronavírus, 618 desses óbitos registradas apenas na última semana, segundo dados oficiais.
Os estabelecimentos poderão abrir seis horas por dia com apenas 40% de sua capacidade, respeitando as medidas de higiene, distância mínima entre as mesas e exibindo seus menus apenas digitalmente ou em outdoors.
Nas fases anteriores, as autoridades já tinham permitido a operação de lojas e shopping centers, porém com algumas restrições. Ela foi anunciada após mais de dois meses de suspensão das atividades, onde apenas serviços essenciais funcionavam, embora não houvesse o confinamento obrigatório da população.
A partir desta segunda, os salões de beleza também podem reabrir suas portas. Apesar de muitos especialistas alertarem que é uma reabertura precoce, as autoridades argumentam que a cidade já está em condições de entrar na "fase amarela" do plano.
Segundo Bruno Covas, prefeito da cidade de São Paulo, a ocupação de leitos em centros de terapia intensiva na capital é inferior a 60%.
No Rio de Janeiro, que autorizou a reabertura das academias, bares e restaurantes na última quinta, multidões foram registradas em vários bairros no final de semana, com grupos bebendo e se aglomerando sem máscara na calçada dos bares.
As praias também ficaram cheias, mesmo que na fase atual apenas sejam permitidos esportes individuais, tanto na água quanto na areia.
O Brasil, que acumula mais de 210 milhões de habitantes, já tem mais de 1,6 milhão de casos desde o início da pandemia da COVID-19, e está chegando próximo às 65.000 mortes.
As projeções dos especialistas têm o ponto em comum de que o número real de casos pode ser de até dez vezes maior que o registrado oficialmente - justificado pelo fato de não serem realizados testes suficientes -, e, por isso, o número de mortos pelo novo coronavírus seria o dobro do atual.
Devido a suas dimensões como país continental, o vírus se espalhou em proporções diferentes, dependendo da região. Atualmente, o novo coronavírus está migrando das capitais para o interior dos estados.