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Estado de Minas

A batalha da Ucrânia contra o aumento de casos de coronavírus


postado em 06/07/2020 10:37

Completamente coberta com uma roupa de proteção branca e uma viseira de plástico transparente no rosto, a doutora Marta Saiko verifica o estado de saúde de um paciente conectado a um respirador artificial em um hospital do oeste da Ucrânia, onde os casos de COVID-19 estão se multiplicando.

"Estamos lotados. Nas últimas 24 horas, admitimos 18 pacientes suspeitos de coronavírus", conta a diretora de "cuidados primários" do hospital de Lviv, principal cidade do oeste da Ucrânia. "É como uma guerra (...). Toda a nossa equipe está exausta".

Depois de começar a levantar as restrições em maio, a Ucrânia registrou um surto brutal de casos. Lviv, na fronteira com a Polônia, está na região mais afetada.

Na primavera (boreal), quando a doença chegou, o hospital não havia registrado nenhum caso de COVID-19. Mas, tudo mudou de repente e o hospital preparou 50 leitos específicos para infectados, que foram ocupados em três dias.

Natalia Matolinets, diretora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), afirmou que "desde então a carga psicológica e física de toda a equipe aumentou", principalmente devido à falta de leitos em outros hospitais.

A situação se complicou, segundo Matolinets, pois pacientes internados por outros motivos deram positivo para COVID-19 e infectaram membros da equipe médica.

- Confinamento "esquecido" -

No final de junho, segundo a OMS, a Ucrânia era um dos onze países com novos surtos da doença. Quando começou o desconfinamento, havia cerca de 15.000 casos e 408 mortes. Neste domingo o país registrou 48.500 casos e 1.249 mortes.

Após alcançar um recorde de infectados em 24 horas (1.109) em 26 de junho, a média na região é de 200, a maior do país.

Para Natalia Timko, epidemiologista em saúde regional, se as medidas de confinamento tivessem sido adotadas a tempo, a situação seria outra. Mas a população "esqueceu" e às vezes não usa nem as máscaras. É esperado um aumento de casos.

Andriy Sadovyi, prefeito desta cidade com 750.000 habitantes e um rico patrimônio histórico, justifica o aumento de casos por tratar-se da região que realiza mais testes no país.

Ao mesmo tempo, pede às autoridades competentes que paguem um aumento equivalente ao triplo de seus salários, prometida a todos os profissionais de saúde que tratam casos de COVID-19. No entanto, o sistema de saúde pública do país, um dos mais pobres da Europa, está em declínio como resultado de décadas de corrupção.

"É importante dar-lhes um salário decente (...), é psicologicamente muito difícil para os médicos organizarem seu trabalho", acrescenta.

Para Natalia Timko, tudo mudou e afirma: "é muito difícil ter que trabalhar com equipamentos de proteção, é muito difícil ver os pacientes morrerem".


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