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Estado de Minas

Hong Kong usa 'linguagem oculta' para criticar a lei de segurança


postado em 04/07/2020 13:37

Os habitantes de Hong Kong recorrem a métodos criativos, como a linguagem oculta, para expressar sua oposição à nova lei de segurança nacional promulgada na terça-feira pelo governo chinês que reprime a subversão, secessão ou o conluio com as forças estrangeiras.

Para evitar serem processados por essas acusações, o povo de Hong Kong recorre a trocadilhos imaginativos e até subvertem frases ou conceitos presentes no mais estrito dogma do Partido Comunista, no poder em Pequim.

Na ponte do distrito comercial de Causeway Bay, um dos epicentros das manifestações pró-democracia do ano passado na ex-colônia britânica, pode-se ler em um grafiti recentemente desenhado: "Levante-se, você que se recusa a ser um escravo!".

A frase é retirada da primeira estrofe do hino nacional da China.

E embora este grafiti possa perfeitamente ter sido escrito por um patriota nacionalista, é muito mais provável que seja uma declaração de oposição a Pequim e em discordância.

Desse modo, nas redes sociais proliferam as sugestões para expressar protesto com segurança, evitando as consequências da severa lei de segurança nacional promulgada nesta semana pelo presidente chinês Xi Jinping.

Neste território semiautônomo, que graças ao princípio "um país, dois sistemas" deveria desfrutar em teoria de liberdades desconhecidas no resto do país, as pessoas tentam agora burlar a lei, explica Chan Kin-man, um ativista pró-democracia veterano, que já foi preso por sua militância.

- Idioma codificado -

O governo local pró-Pequim de Hong Kong disse na quinta-feira que o popular slogan dos protestos pró-democracia do ano passado, "Liberate Hong Kong, revolution of our times" (Libertem Hong Kong, revolução de nossos tempos), agora pode ser considerado ilegal.

De qualquer forma, um idioma codificado permitirá conservar vivo este slogan. Outras frases, aparentemente positivas, constituem um ataque tendencioso a Pequim, por exemplo a frase "trumpiana": "Make Hong Kong Great".

A primeira prisão sob a nova lei de segurança foi especificamente um jogo linguístico.

Nas manifestações após a promulgação da lei, a polícia anunciou que prendeu um homem com uma bandeira na qual se lia "Hong Kong Independence" (Independência para Hong kong).

No entanto, ao observar de perto a bandeira, pode-se ler que o homem havia escrito um "não" minúsculo antes da frase, esta sim em grandes caracteres.

O incidente e a frase viralizaram nas redes sociais.

Muitos restaurantes e lojas de Hong Kong tiveram que retirar suas mensagens de apoio ao movimento pró-democracia, expressadas publicamente através de cartazes nos estabelecimentos, após terem sido alertados pela polícia de que isso pode violar a lei de segurança nacional.


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