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Estado de Minas

Bares e restaurantes reabrem no Rio de Janeiro


postado em 02/07/2020 14:13

Bares e restaurantes do Rio de Janeiro reabriram suas portas ao público nesta quinta-feira (2), após mais de três meses de paralisia devido à pandemia de coronavírus, em um processo gradual de "retorno à normalidade" considerado "prematuro" por especialistas.

Nesta nova fase de reabertura econômica, bares, restaurantes e cafés da "Cidade Maravilhosa" - que, durante esse período, funcionavam apenas com entregas em domicílio - estão autorizados a receber até 50% de sua capacidade, a uma distância de dois metros entre mesas e prioridade para espaços abertos.

Academias, salões de beleza e estúdios de tatuagem também podem funcionar, com procedimentos sanitários.

Por volta do meio-dia, o movimento era intenso em quase todos os restaurantes da orla de Copacabana, onde o cheiro de fritura e anúncios de cerveja gelada, caipirinha e água de coco retornaram.

Na praia, as pessoas se exercitam (atividade autorizada desde a fase 1 da reabertura, iniciada há um mês), andam de bicicleta ou passeiam com seus cães.

"Os clientes podem vir, está seguro. Tudo que o órgão público determinou, nós estamos cumprindo. A ciência determina afastamento, álcool em gel, lavatório. Toda essa parte estamos fazendo. Agora, também vai na consciência do cliente de manter o distanciamento, não aglomerar, vir de máscara", disse à AFP Carlos José Dos Santos, de 60 anos, dono de três quiosques na orla de Copacabana.

Dos Santos conseguiu se manter porque obteve a suspensão do pagamento do aluguel. Mas teme que um novo aumento dos casos force um novo fechamento dos comércios.

Os próximos meses "são um ponto de interrogação. Espero que não tenha que voltar atrás, como outros estados já estão tendo que fazer", considerou.

"Não há nada que celebrar, mas estamos nessa luta desde março. Sem sombra de dúvida, a baixa demanda de leitos de UTI e de enfermaria e o número de óbitos, que está estabilizado, nos mostram que tivemos um pico tenebroso em maio e que, depois, caímos para os patamares dos dias atuais", disse o prefeito Marcelo Crivella na quarta-feira.

A capital do estado do Rio registrou 68 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, número que oscilou nas últimas semanas, após registrar seu máximo em 3 de junho (227 mortes computadas no mesmo dia).

Embora a doença esteja migrando para o interior - um fenômeno observado em todo Brasil - e a capital possua leitos hospitalares disponíveis, especialistas alertam que a taxa de contágio ainda é alta e que flexibilizar as medidas de isolamento social pode colocar o sistema de saúde sob pressão novamente.

Quando o processo de reabertura começou há um mês, cada pessoa infectada transmitia a doença para uma outra pessoa e, hoje, já transmite para 1,51, explica Roberto Medronho, diretor da Divisão de Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Com a ampliação da abertura, (esse número) vai aumentar mais ainda, trazendo problemas à saúde da nossa população", alerta Medronho, que considera a reabertura "precoce, inoportuna e, portanto, totalmente inadequada".

Raide Machado, 65 anos, moradora de Copacabana, aprecia a paisagem bebendo água de coco.

"A sugestão é que as pessoas tenham muita cautela, porque a partir do momento que tem aglomeração, não é bacana. É risco para todo mundo. Então, encheu?, tem que recuar, quem tiver consciência e quiser ter uma saúde bacana, para poder depois continuar frequentando um lugar tão lindo como esse", diz Raide, com o rosto coberto por uma máscara estampada.

O estado do Rio de Janeiro, o segundo mais afetado pela pandemia no Brasil, depois de São Paulo, já ultrapassou 10.000 mortes (6.618 delas no município do Rio) e acumula mais de 115.000 infecções.

Em todo país, mais de 60.600 mortes e 1,44 milhão de casos de COVID-19 já foram registrados. Especialistas consideram, no entanto, que o número real de casos seja muito maior, devido à falta de testes de diagnóstico.

Segundo Medronho, o número acumulado de infecções pode ser até dez vezes superior, e o número real de mortes seria o dobro.


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