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Estado de Minas

Drones, câmeras e faixas etárias: praias espanholas se adaptam ao vírus


27/06/2020 15:25

Um drone sobrevoa a praia de Lloret de Mar, onde cordas coloridas marcam as faixas reservadas para cada grupo etário. Com a pandemia sob controle, os destinos litorâneos espanhóis estão-se preparando para um verão de convivência com o novo coronavírus.

O objetivo é "encontrar o equilíbrio entre pessoas confortáveis e relaxadas e, ao mesmo tempo, um ambiente seguro", explica Jaume Dulset, prefeito deste município de 37.000 habitantes a 70 quilômetros de Barcelona, na Costa Brava.

Coincidindo com o início do verão e a reabertura das fronteiras espanholas, a prefeitura apresentou um plano para dar tranquilidade aos turistas, depois de alguns meses em que a Espanha se manteve como um foco importante do vírus. O país registrou mais de 28.300 mortes pela COVID-19.

Geralmente cheias no verão, suas principais praias estão agora divididas por faixa etária. Câmeras com sensores detectam o nível de ocupação de cada área, que será comunicado aos cidadãos por um aplicativo.

Também foi reforçado o pessoal municipal para alertar sobre comportamentos inapropriados. Um drone será usado para detectar multidões e alertar, com uma mensagem pré-gravada, sobre a necessidade de se manter distâncias seguras.

As autoridades locais contam também com um sistema para reservar espaços na areia que, no momento, ainda não será iniciado.

"Tomara que tenhamos que começar a usá-lo! Será um problema abençoado", diz o prefeito do município, esperando que, assim como acontece todos os anos, muitos turistas cheguem, principalmente franceses e ingleses.

- 'Pouca gente ainda' -

Por enquanto, este não é o caso.

Sob o sol arrasador do primeiro dia de verão, apenas um pequeno grupo de turistas se acomodava em espreguiçadeiras e toalhas na quilométrica praia principal de Lloret, com capacidade estimada em cerca de 15.000 pessoas.

"Em tempos normais, isso aqui já estaria cheio. Agora, tem muito pouca gente, e é fácil manter a distância", comenta José María Quicio, um aposentado de 78 anos.

Ele e a esposa, Olga Ferrer, de 81 anos, colocaram cadeiras dobráveis a alguns metros da água, perto de cordas vermelhas que delimitam o espaço reservado para maiores de 70 anos.

"Esta é a nossa área", aponta ela, que acaba de voltar da água.

"Faz você se sentir mais seguro. É muito bom, melhor do que antes", acrescenta Olga.

A cerca de 50 metros, fica o posto de vigilância do salva-vidas, que, apesar do calor, usa uma máscara de pano sob os óculos de sol.

Às suas tarefas habituais, somam-se agora a manutenção das distâncias entre os banhistas e a desinfecção frequente dos banheiros e das instalações de primeiros socorros.

"Nosso principal objetivo é que ninguém se afogue. Mas, a partir de agora, teremos que colaborar com o resto", explica seu coordenador, Joel da Silva.

O plano municipal também inclui medidas em restaurantes, hotéis, ou boates, e o treinamento de 8.500 trabalhadores em medidas de segurança e higiene.

"Há muita incerteza, mas fizemos nossa lição de casa. Nós nos preparamos para receber turistas e esperamos por eles de braços abertos. Esperamos poder salvar a temporada", diz Dulset.

- Lotes na praia -

Como Lloret, muitos municípios do litoral espanhol, com quase 8.000 quilômetros de costa, prepararam estratégias para evitar multidões em suas cobiçadas praias, um refúgio de verão para turistas nacionais e do norte da Europa.

As medidas são múltiplas e variadas: controlar a ocupação com sensores e fechar acessos próximos, se a capacidade permitida for excedida; dividir a praia em lotes para grupos separados; proibir jogos que ocupem muito espaço; ou separar e desinfectar espreguiçadeiras e guarda-sóis.

"A maneira como poderemos ir à praia neste verão mudou, mas isso não significa que não possamos aproveitá-las", diz a prefeitura de Benidorm, um destino no sudeste espanhol muito popular entre os britânicos.

Lá, as duas principais praias foram estruturadas em lotes de quatro metros quadrados que os banhistas devem reservar através de um aplicativo. O sistema ainda não é necessário por enquanto, devido à ausência de visitantes nesta cidade de 67.000 habitantes.


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