As autoridades venezuelanas libertaram nesta quinta-feira um advogado cuja prisão violenta por uma militar, gravada em um vídeo e viralizado nas redes sociais, provocando críticas de ativistas de direitos humanos e líderes da oposição, informou uma ONG.
A advogada Eva Leal, detida desde terça-feira em um quartel militar em Barquisimeto (estado de Lara, oeste), "foi libertada com uma medida de apresentação sempre que o tribunal exigir", disse a ONG defensora dos direitos humanos Provea no Twitter. Ela foi apresentada a um tribunal militar.
Na terça-feira, houve muitos questionamentos depois que viralizou um vídeo em que uma militar da Guarda Nacional é observado executando uma manobra para imobilizar a advogada, empurrando com força a cabeça da detida no chão enquanto a algemava.
"Estão matando ela!", gritam testemunhas no vídeo.
Circulou também uma foto de Leal parada, algemada, com uma camisa ensanguentada e um ferimento na testa.
"Ela nunca deveria ter sido detida ou espancada, sua agressor deve ser julgada pelos ferimentos causados", disse a Provea.
Leal precisou receber cinco pontos na testa, denunciou o advogado de direitos humanos Henderson Maldonado.
As autoridades não relataram o evento.
Parentes, de acordo com a imprensa local, denunciam que Leal se recusou a pagar o dinheiro que os militares supostamente pediram para deixá-la passar em seu veículo por uma ponte, em meio à quarentena em vigor pelo novo coronavírus. Segundo esses relatos, ela estava voltando para casa do trabalho.
Os líderes da oposição culparam o governo do socialista Nicolás Maduro, enquanto a Anistia Internacional condenou "a brutalidade" das forças de segurança na Venezuela.
A ONG de direitos humanos Foro Penal, crítica a Maduro, denunciou dezenas de "prisões arbitrárias" durante o confinamento da pandemia de COVID-19, que deixa 4.366 infecções e 38 mortes no país, segundo dados oficiais, questionados pela oposição e organizações como a Human Rights Watch.