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Estado de Minas

Ritual ao deus Sol é dominado por pedidos pelo fim da pandemia no Peru


postado em 24/06/2020 22:55

Um ritual inca ancestral ao deus Sol, que se repete todo 24 de junho na cidade peruana de Cusco, foi celebrado nesta quarta-feira sem a habitual multidão de turistas e locais devido à pandemia, e incluiu o pedido particular à divindade para que erradique o novo coronavírus.

A festa do 'Inti Raymi' (festa do Sol), que remonta ao império inca, que floresceu nos séculos XV e XVI, foi reintroduzida em 1944. A celebração reúne todos os anos mais de 80.000 pessoas em Cusco, a capital do império inca (sudeste do Peru).

Este ano, no entanto, o público só pôde participar da cerimônia através de uma transmissão pelas redes sociais.

O ritual transcorreu, como de hábito, no templo de Coricancha, na praça maior de Cusco e na fortaleza de Sacsayhuamán, a dois quilômetros de distância, mas com a participação de uma quantidade reduzida de atores.

O ato central foi o simbólico encontro do Inca (o imperador) com o deus Sol na cerimônia conhecida como "Onqoy Mit'a", que significa "em tempos de doença" em quéchua.

O Inca invocou o Sol para que interceda na cura da mãe terra - ou 'Pachamama' - e que erradique o flagelo do coronavírus do planeta. Além disso, pediu que haja comida, saúde e bem-estar, mostraram as imagens transmitidas pelo Facebook.

"Poderoso pai Sol, envia-nos teus amados cabelos de ouro para que acabe a dor no mundo, te pedimos de joelhos", rogou um sacerdote inca, outro dos personagens.

"Os povos choram com tempos de doença. Está matando crianças e adultos", acrescentou outro sacerdote na cerimônia, na qual foram queimadas folhas de coca e palo santo.

Fernando Santoyo, da Empresa Municipal de Festejos de Cusco, que organiza a cerimônia, disse que este ano o ritual foi dedicado a pedir que cesse o "dano que a humanidade faz à Terra e ao mesmo tempo pedir que o deus Sol erradique este terrível mal", em alusão ao novo coronavírus.

Por causa da pandemia, participaram da cerimônia apenas uma dezena de atores, entre eles o Inca e a Coya (sua mulher), junto a um séquito, que incluía sacerdotes andinos.

Segundo os organizadores, os atores respeitaram os protocolos para evitar contágios do vírus.

Em outro trecho deste ritual, na esplanada da fortaleza de Sacsayhuamán, aguardavam o Inca em trajes multicoloridos cidadãos dos quatro "suyos" do Tawantinsuyo (as quatro regiões do império inca).

Normalmente, umas 3.500 pessoas pagam até 150 dólares para assistir ao espetáculo de arquibancadas, mas a festa também costuma reunir 80.000 pessoas nas colinas ao redor da fortaleza, onde se celebra o ato.


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