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Estado de Minas

Combater COVID-19 em um hospital da maior favela da Venezuela


postado em 24/06/2020 14:25

Zulai, com sintomas de gripe, não hesitou em ir ao hospital Perez de León em Petare, a maior favela da Venezuela. Ali, os Médicos Sem Fronteiras instalaram um hospital de campo onde mais de cem profissionais atendem os atingidos pela pandemia de COVID-19, evitando uma crise de saúde pública.

Pacientes como a enfermeira Zulai Ojeda, recebidos com uma medição de temperatura com termômetros digitais, entram um a um em grandes tendas brancas e azuis montadas pelo Médicos Sem Fronteiras (MSF) do lado de fora do hospital Ana Francisca Pérez de León II, nesse imenso bairro de Caracas, com 400.000 habitantes.

No interior, os médicos oferecem consultas individualizadas em que realizam testes de PCR e diagnóstico rápido para detectar o vírus, diz Cruz García, médico espanhol da MSF, organização presente no país do Caribe desde 2015.

Se for um caso positivo, o paciente é admitido em salas limpas de paredes amarelas que abrigam 16 leitos hospitalares e seis leitos de terapia intensiva com ventiladores para casos graves. É um pequeno oásis entre queixas sindicais por falta de condições sanitárias adequadas, devido ao orçamento insuficiente, em saúde pública.

Depois de entrar em contato com um colega infectado com COVID-19, mas assintomático, Zulai teme transmitir o vírus à mãe e ao filho mais velho: "Estou com medo".

Por esse motivo, além de "gerenciamento clínico", o MSF oferece "apoio psicológico" a paciente, familiares e até à própria equipe médica, diz García.

O acampamento do MSF foi montado em meados de abril no hospital, um dos 46 "centros sentinelas" habilitados pelo governo Nicolás Maduro para lidar com a pandemia, em coordenação com o Ministério da Saúde.

Foram necessários "quase dois meses de trabalho logístico" para montar o circuito das barracas e adaptar e equipar o local, disse à AFP Isaac Alcalde, coordenador geral dos projetos de MSF em Caracas.

A pandemia encontrou a Venezuela, com 30 milhões de habitantes, com seus serviços em colapso devido à grave crise econômica.

Segundo a ONG Médicos para a Saúde, em 2019, havia uma escassez de 50% de medicamentos e suprimentos em hospitais e mais de 70% destes apresentavam falhas de água ou eletricidade.

Cruz lava meticulosamente as mãos com sabonete em gel e água que eles armazenam em recipientes de laranja em vários pontos do local.

"Foi complicado" devido à falta de água até o Estado enviar caminhões-tanque, disse à AFP a diretora do hospital, Zaira Medina.

Desde meados de março, o coronavírus infectou 4.187 pessoas e matou 35 pessoas na Venezuela, segundo dados oficiais, questionados pela oposição e por organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch.

Depois de passar por uma das tendas, Zulai aguardou os resultados do teste. "Somente Deus é quem sabe as coisas, mas você precisa descartá-las", argumenta.


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