O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, criticou nesta sexta-feira (19) a missão europeia Irini, encarregada de controlar o embargo de armas na Líbia, após um incidente envolvendo navios turcos.
Segundo o ministro Mevlut Cavusoglu, a operação de Irini é "parcial" e "não leva em conta as demandas e preocupações do GNA" - o governo de Trípoli que tem apoio da Turquia.
Cavusoglu disse que a missão tenta impedir a entrega de armas por via marítima ao GNA, mas que não fala, no entanto, das armas que atingem seu rival, Khalifa Haftar, por via aérea e terrestre.
"A missão Irini não é objetiva e não contribui para resolver o problema da Líbia, ou respeitar o embargo", disse Cavusoglu em entrevista coletiva em Ancara com seu colega italiano, Luigi Di Maio.
Esta semana, a França denunciou o comportamento "extremamente agressivo" da Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), contra uma fragata francesa da missão Irini no Mediterrâneo durante uma tentativa de controlar um cargueiro. A embarcação é suspeita de transportar armas para a Líbia.
A Otan anunciou na quinta-feira uma investigação sobre o incidente.
O apoio da Turquia ao GNA, com o envio de conselheiros militares e de drones, permitiu-lhe obter sucessos militares nas últimas semanas contra as forças do marechal Haftar.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do regime de Kadhafi em 2011. Desde abril de 2019, o conflito deixou centenas de mortos, incluindo muitos civis, e forçou mais de 200.000 pessoas a abandonarem suas casas.