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Estado de Minas

Vamos sair para comer? França dá um passo adiante para a normalidade


postado em 15/06/2020 14:18

Os proprietários dos restaurantes em Paris esperavam esse momento com impaciência. Depois de quase três meses de portas fechadas por causa do novo coronavírus, todos os estabelecimentos da capital francesa podem receber clientes em seu interior a partir desta segunda-feira (15).

"Estamos prontos. Todos queremos trabalhar!", afirma Francisco Ferrández com um sorriso, enquanto termina de preparar as mesas do seu restaurante, La Bocca, em uma animada rua no centro de Paris, que vai enchendo aos poucos.

O presidente Emmanuel Macron surpreendeu a todos no último domingo ao anunciar a reabertura completa dos restaurantes de Paris a partir de hoje, mais cedo do que o originalmente planejado, decisão essa depois que o país registrou o menor número de mortes - nove em 24 horas - desde meados de março.

Os parisienses já podem tomar um café ou fazer uma refeição em restaurantes e cervejarias desde 2 de junho, mas apenas na área externa.

Na hora do almoço, as primeiras mesas são ocupadas, mas os gestos ainda são um pouco estranhos. "Devemos colocar as máscaras para entrar?", pergunta um grupo de quatro amigos.

"Sim, ao entrar e circular no estabelecimento, mas elas podem ser retiradas para comer", responde Ferrández.

"Quando o presidente fez o pronunciamento, tive que ligar para mais funcionários para pedir que viessem trabalhar hoje e meus fornecedores para que me trouxessem mais comida. Tudo foi feito no último minuto!", suspira o proprietário do restaurante.

- Os clientes voltarão? -

Mas nem todos os restaurantes conseguiram abrir suas portas em tão pouco tempo.

"Na melhor das hipóteses, abriremos na quarta-feira", explica Stéphane Manigold, proprietário de quatro restaurantes em Paris, incluindo o La Maison Rostang, um local elegante situado perto do Arco do Triunfo.

"Um dia, talvez os políticos entendam que um restaurante não pode ser aberto da noite para o dia. Eles poderiam ter evitado essa brutalidade", ressalta esse homem que no último mês figurou nas manchetes depois de processar a seguradora Axa para que ela o pagasse cerca de 70 mil euros em compensação pelas perdas sofridas durante a quarentena.

No centro de Paris, perto da famosa Opéra Garnier, alguns restaurantes lendários do bairro também mantinham as portas fechadas, como o Vaudeville, local frequentado pela sociedade parisiense desde a década de 1920.

Para receber os clientes, os restaurantes devem manter um metro de distância entre as mesas, e os funcionários devem usar máscaras.

"A equipe respeita as regras, não motivo para o medo", conta Anne-Sophie Viger, enquanto almoça em um restaurante pela primeira vez depois de três meses.

No entanto, outros parisienses continuam céticos, como Yoan, de 35 anos, que almoçava em uma pequena cervejaria situada no Quartier Latin.

"Não havia muitas pessoas. Apenas algumas mesas estavam ocupadas. As pessoas ainda têm medo de uma segunda onda", diz ele.

"A questão agora é se os clientes retornarão", questiona Albert Aidan, gerente do L'Ami Georges, um restaurante de comida tradicional francesa.

"A maioria das empresas continua pedindo para que os seus funcionários trabalhem de casa, então não temos essa clientela", explica ele, inquieto.


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