Em um vídeo gravado na quinta-feira passada, dois policiais são vistos empurrando o manifestante, cuja cabeça bate no chão com força. As imagens provocaram uma onda de indignação nos Estados Unidos.
Uma primeira declaração oficial afirmou que o septuagenário, que estava sangrando muito e parecia ter perdido a consciência, "tropeçou e caiu".
Diante do escândalo causado pelo caso, os dois policiais envolvidos foram suspensos e acusados de agressão pelo procurador local.
O manifestante, Martin Gugino, um militante conhecido localmente, foi hospitalizado.
"O manifestante de Buffalo empurrado pela polícia pode ser um agitador do Antifa", tuitou Trump, referindo-se ao movimento de esquerda que ele acusa de ter alimentado a violência nos Estados Unidos desde a morte do afro-americano George Floyd pelas mãos da polícia.
Buffalo protester shoved by Police could be an ANTIFA provocateur. 75 year old Martin Gugino was pushed away after appearing to scan police communications in order to black out the equipment. @OANN I watched, he fell harder than was pushed. Was aiming scanner. Could be a set up?
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 9, 2020
O presidente republicano mencionou mais tarde, de maneira bastante confusa, um relatório da One America News Network, um canal conservador, segundo o qual o manifestante havia tentado interceptar as comunicações policiais.
"Isso pode ser uma montagem?", perguntou Trump no final de um tuíte.
O governador democrata do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse que Trump "deveria se desculpar" por sua mensagem "inaceitável", "repreensível e estúpida".
"Que perigoso, irresponsável, mau e cruel!", declarou Cuomo em uma entrevista coletiva.
"Neste momento de angústia e raiva, o que você está fazendo? Joga mais lenha na fogueira (...) Mostre decência, mostre humanidade, mostre equidade", acrescentou, referindo-se ao presidente.