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Estado de Minas

França anuncia plano de EUR 8 bilhões para salvar setor de automóveis


postado em 26/05/2020 19:07

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (26) um plano "histórico" de mais de 8 bilhões de euros (8,8 bilhões de dólares) para salvar a indústria automobilística francesa, duramente afetada pela crise do coronavírus.

"O Estado contribuirá com um pouco mais de 8 bilhões de euros em ajudas para o setor", anunciou Macron durante uma visita a uma fábrica de Valeo, uma empresa francesa que produz autopeças.

Em troca, "os fabricantes se comprometeram a trazer de volta a produção com valor agregado à França e a consolidar e manter toda a produção industrial em nossas fábricas", acrescentou o presidente francês.

Macron recebeu positivamente o anúncio do grupo PSA - que inclui as marcas Peugeot e Citroën - de produzir o seu modelo elétrico 3008 em uma fábrica no próprio país.

"Este é um plano de defesa de nosso emprego industrial, que enfrentará uma das crises mais severas de sua história", declarou Emmanuel Macron.

O ex-ministro Luc Chatel, presidente do setor na França, argumentou que o plano "responde à gravidade da situação".

"Foi um período de guerra, estamos atravessando a maior crise na história do automóvel", comentou o diretor da Plataforme Automobile, à rádio France Info.

Os sindicatos receberam o plano com reações diversas.

"Não está à altura", lamentou o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez.

"Aceitaremos", mas "não responde à crise", afirmou à AFP Franck Don, do sindicato CFTC, da montadora PSA.

O setor automobilístico na França, que emprega diretamente 400.000 pessoas, registrou um colapso de vendas de 88,8% em abril em comparação com o ano anterior, um terremoto para este setor-chave da indústria. No nível europeu, o setor teve uma queda de 76,3% em abril em relação ao ano passado.

"É algo sem precedentes fora dos tempos de guerra", destacou o presidente francês.

"As concessionárias fecharam, os franceses confinados pararam de comprar. Atualmente, existem mais de 400.000 veículos no mercado francês que não foram vendidos nas últimas semanas. É sem precedentes fora de tempos de guerra", disse Macron.

- Veículos limpos -

O plano visa uma transição para veículos mais limpos e proteger a competitividade do setor, e inclui um aumento nos auxílios para a compra de veículos elétricos e híbridos recarregáveis na rede.

Também prevê um aumento dos subsídios para que famílias mais modestas possam comprar um carro novo, menos poluente com a condição de mandar para o ferro-velho o carro antigo.

Para impulsionar as vendas, Macron anunciou um aumento no financiamento para a compra de carros elétricos de até 7.000 euros para pessoas físicas e 5.000 euros para pessoas jurídicas, além da criação de um subsídio de 2.000 euros para a compra de carros híbridos recarregáveis na rede elétrica.

"Um indivíduo que abra mão do seu veículo a diesel ou gasolina" receberá um auxílio de 3.000 euros, que poderá chegar a 5.000 euros caso compre um carro elétrico, acrescentou.

"Este é um plano para defender nosso emprego industrial, que enfrenta uma das crises mais graves de sua história (...) e um plano para o futuro do automóvel do século XXI", afirmou Macron.

- "Garantia" -

Em nível europeu, o mercado de automóveis caiu 76,3% em abril, em comparação com o ano passado. As montadoras e concessionárias que ficaram fechadas por semanas reduziram a receita e levaram as empresas à falência.

A fabricante de peças Novares, que emprega 1.350 pessoas na França, entrou em concordata no final de abril. Até uma montadora como a Renault foi forçado a solicitar um empréstimo de 5 bilhões de euros(5,5 bilhões dólares) garantido pelo Estado.

Nesse empréstimo, Macron exigiu que a empresa desse "garantias" sobre "seu futuro" aos funcionários de duas fábricas no norte do país, por conta de rumores de uma transferência da atividade de montagem.

Também anunciou que a Renault concordou em "aderir ao programa europeu de baterias elétricas", liderada por seu concorrente PSA (Peugeot, Citroën, Opel) e pelo grupo Saft, uma subsidiária da Total.

Esta decisão faz parte dos compromissos exigidos pelo Estado francês para promover a produção na França como contrapartida do auxílio concedido à indústria.

Segundo o jornal Le Figaro, a Renault planeja cortar 5.000 empregos na França até 2024, principalmente por não substituir os aposentados. Contactada pela AFP, a empresa preferiu não comentar.


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