A França chamou a consultas nesta quarta-feira (13) o embaixador da Venezuela em Paris para protestar contra o tratamento dispensado a seu representante diplomático em Caracas, tendo como pano de fundo as tensões com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a diplomacia francesa.
"A França manifesta sua firme condenação às medidas adotadas nos últimos dias que afetam o funcionamento normal da nossa representação diplomática em Caracas", declarou um porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores.
Desde 2 de maio, o Sebin, serviço de inteligência venezuelano, realiza faz revistas na entrada e na saída da rua Caracas, onde fica a residência do embaixador francês, segundo uma fonte ligada ao caso.
A residência está sem energia elétrica e água desde 3 de maio e precisou recorrer a um gerador.
A impossibilidade de caminhões-tanque com combustível chegarem à residência impede o acionamento da bomba para extrair água de um poço.
"Esta posição foi manifesta esta tarde (quarta-feira) durante a convocação do embaixador da República Bolivariana da Venezuela na França ao ministério da Europa e das Relações Exteriores", acrescentou o porta-voz.
"As autoridades francesas esperam que se ponha fim sem demora a estas medidas para restabelecer o funcionamento normal de nossa representação diplomática", afirmou.
A União Europeia apoia o plano americano de estabelecer um governo de transição na Venezuela sem Nicolás Maduro nem o líder da oposição, Juan Guaidó.
Vários países, entre eles a França, reconheceram em 2019 Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Nicolás Maduro acusa seu adversário de ter fomentado uma tentativa de "invasão da Venezuela", que deveria terminar, segundo ele, com um "golpe de Estado" com a cumplicidade dos Estados Unidos e da Colômbia. O presidente americano, Donald Trump, nega qualquer envolvimento.