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Estado de Minas COVID-19

COVID-19: Países europeus começam a flexibilizar o isolamento social

França, Espanha, Bélgica e Turquia deram ontem os primeiros passos rumo à normalidade, encerrando parte das restrições impostas pelo coronavírus


postado em 12/05/2020 04:00 / atualizado em 12/05/2020 00:43

Os franceses voltaram a se aglomerar às margens do Rio Sena para o tradicional banho de sol(foto: Francois Guillot/AFP )
Os franceses voltaram a se aglomerar às margens do Rio Sena para o tradicional banho de sol (foto: Francois Guillot/AFP )


A França ultrapassou a marca de 10 mil mortes em decorrência do novo coronavírus em 7 de abril. Pouco mais de um mês depois, o país começa a flexibilizar o isolamento social imposto em virtude da pandemia. Desde ontem, estabelecimentos como salões de beleza, livrarias e lojas de roupas já podem funcionar, ainda que seja preciso respeitar medidas sanitárias com o objetivo de evitar a disseminação da infecção. Hoje, mais de 80% das escolas locais reiniciam as atividades presenciais. Os primeiros passos rumo à normalidade têm sido dados gradativamente na Europa. Outras nações, como Bélgica, Turquia e Espanha também iniciaram a semana encerrando parte das restrições.

Em Paris, os salões voltaram a funcionar e, logo de cara, já precisam lidar com a alta procura dos clientes. Após ser atendida por um cabeleireiro, Florence Desazars, 85, celebrou o novo penteado. “Eu estava com 100 anos quando cheguei e, agora, tenho 75”, brincou, após escovar o cabelo e tingir as raízes brancas.

Parte da Espanha, por sua vez, entrou em uma nova fase das restrições, que deve durar até junho. Agora, estão permitidas reuniões com até 10 pessoas, a utilização de terraços de locais como bares e restaurantes e a ida a lojas sem a necessidade de agendamento prévio. Cidades mais afetadas pela COVID-19, Madri e Barcelona ainda não puderam avançar para o desconfinamento.

Em Bruxelas, na Bélgica, e Istambul, na Turquia, o afrouxamento da quarentena proporcionou filas nas portas de serviços que, até então, estavam fechados. Principal reduto comercial da capital belga, a rua Neuve iniciou a segunda-feira com marcas no chão, com o objetivo de reforçar o distanciamento entre os pedestres.

AULAS RETORNAM Para a retomada das atividades escolares em solo francês, o governo construiu um rigoroso protocolo. Os professores devem dar aulas de máscara, enquanto os alunos precisarão manter distância de um metro. A volta às aulas vai ocorrer de modo voluntário, mas segundo o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, cerca de 1,5 milhão de estudantes voltarão à rotina. Alguns prefeitos, contudo, relutam em abrir as escolas. Docentes também têm demonstrado receio do trabalho presencial por conta do risco à saúde, assim como muitos pais, com medo de enviar os filhos às salas de aula. Ontem, foram reabertas as instituições de ensino localizadas na Croácia, Holanda, Suíça, Grécia e Sérvia. Dinamarca e Noruega, por outro lado, reiniciaram as aulas presenciais ainda em abril.

PREOCUPAÇÃO Embora o desconfinamento seja um alento aos europeus e, também, ao mundo, uma série de preocupações cerca as populações beneficiadas pela flexibilização. A França autorizou deslocamentos de até 100 quilômetros sem a necessidade de justificativa.

Para evitar a superlotação do sistema de transporte público, um atestado, feito pelas empresas onde dão expediente, deve ser apresentado pelos trabalhadores que forem usar ônibus, metrô ou trem nos horários de pico. O uso de máscara também é obrigatório e, para isso, o poder público entregou 10 milhões de exemplares às companhias de transporte. Foram colocadas, ainda, demarcações nas estações, com o objetivo de evitar aglomerações. Ontem, durante o rush, o metrô parisiense teve lotação similar ao que é visto em um dia normal, gerando preocupação aos passageiros.

Mesmo temendo uma segunda onda de infecções, o governo francês optou pela reabertura gradual para não colapsar a economia. Pelo Twitter, o presidente Emmanuel Macron pregou cautela e atenção. "Graças a vocês, o vírus regrediu. Mas ainda está aqui. Salve vidas, tenha cuidado", postou, horas antes do início oficial dos protocolos de desconfinamento. No domingo, a França contabilizou 70 vítimas fatais do coronavírus. Nas 24 horas posteriores, contudo, o número saltou para 263. Ao todo, os óbitos no país passam de 26 mil.

BOLA ROLANDO Enquanto algumas das mais famosas ligas de futebol da Europa discutem possíveis datas para o recomeço das partidas, o campeonato das Ilhas Faroe voltou a acontecer no último sábado. Pertencente à Dinamarca, o pequeno arquipélago não registrou baixas em decorrência da COVID-19. Para a retomada do futebol alemão, marcada para o próximo fim de semana, os clubes precisarão seguir uma série de restrições. As partidas ocorrerão, inclusive, sem público nos estádios. Embora localizados em dois dos municípios espanhóis mais impactados pela pandemia, Barcelona e Real Madrid voltaram aos treinos ontem. Os jogadores trabalham sozinhos, divididos em vários campos e horários.

VIGILÂNCIA A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou o começo do desconfinamento, mas pediu atenção nos desdobramentos da doença ao longo do processo. O diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan cobrou vigilância, sobretudo pelo fato de algumas nações não terem investido na expansão dos sistemas públicos de saúde. "Se a doença persistir em um nível baixo nos países que não têm capacidade de detectar os focos e identificá-los, existe o risco de a doença reaparecer", destacou Ryan. (Com informações da Agência France-Presse)

Mais de 80 mil mortos nos EUA


Mais de 80 mil pessoas morreram nos Estados Unidos com o novo coronavírus, segundo o balanço divulgado ontem pela Universidade Johns Hopkins, configurando o número de óbitos mais elevado registrado em um único país por COVID-19. Enquanto isso, o presidente americano, Donald Trump, incentivava a retomada da economia do país, mesmo com a própria Casa Branca lutando contra um surto em seu interior.

Os Estados Unidos têm lutado para conter a disseminação do vírus, que contagiou mais de 1,3 milhão de pessoas. O estado de Nova York é o mais afetado, com mais de 26.600 mortes declaradas. Este balanço poderia estar subestimado, advertiram ontem os Centros para a Prevenção de Doenças Infecciosas (CDC). A cifra nacional de mais de 50 mil mortes pela COVID-19 foi alcançada há duas semanas e meia, em 24 de abril. Neste fim de semana, pela primeira vez o balanço diário de mortos foi inferior a mil, com 776 casos fatais compilados no domingo em 24 horas pela Universidade Johns Hopkins.

No entanto, ainda é cedo para afirmar se estes dados marcam realmente uma tendência, em um momento em que começam a aparecer novos focos importantes, como o que está se desenvolvendo no entorno da capital, Washington. Segundo um modelo da Universidade de Massachusetts, por volta de 30 de maio, os Estados Unidos poderão alcançar um total de 103 mil mortos pela pandemia.

TRUMP Enquanto o número de mortos cresce nos EUA, o presidente Donald Trump insiste na retomada da economia do país, atingida pelo novo coronavírus. A própria Casa Branca luta contra um surto em seu interior. E conter um vírus altamente contagioso não é tarefa simples na Ala Oeste, epicentro do poder nos Estados Unidos, um lugar onde o distanciamento social aconselhado para evitar contágios é, de fato, muito difícil de ser aplicado. Depois que dois membros do pessoal se infectaram com a COVID-19, o tema mantém os EUA em alerta.

Mas ontem, poucas horas antes de uma coletiva de imprensa nos jardins da Casa Branca, o presidente Donald Trump não comentou o assunto, ansioso para projetar, a todo custo e de forma irresponsável, de acordo com seus críticos, a imagem de um país que superou a COVID-19 e que pode retomar suas atividades. "Os números do coronavírus estão muito melhores, diminuindo em quase todos os lugares. Um enorme progresso foi feito!", escreveu Trump no Twitter, que desferiu ainda dois ataques contra os meios de comunicação, chamando-os de "inimigos do povo", e ao seu antecessor, Barack Obama. Para o ex-presidente Obama, a situação é clara: a gestão da crise por parte da Casa Branca é um "desastre caótico absoluto".


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