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Estado de Minas

Nem quarentena, nem termômetros: passageiros surpresos no aeroporto de Paris


postado em 05/05/2020 10:19

Nenhum termômetro ou formulário de contato para preencher; passaportes manipulados sem luvas e um aeroporto "vazio". Para os viajantes que chegam ou partem de Paris, a passagem pelo aeroporto de Roissy em plena pandemia é desconcertante.

"É inacreditável. Eles pegam os passaportes, manipulam o documento e nos devolvem. E, depois, o próximo". Thomas (nome fictício) não esquecerá sua passagem pelo maior aeroporto da França.

Este jovem, que trabalha para uma grande instituição internacional, foi repatriado na quinta-feira de Libreville com 380 compatriotas em um avião fretado pelas autoridades francesas, o primeiro voo em três semanas.

No avião, cheio, Thomas notou que seus vizinhos não estavam usando máscaras. A Air France, operadora do voo, explicou que fornece máscaras aos passageiros e que "o ar é filtrado e renovado a cada três minutos".

Ao chegar a Roissy, um aeroporto deserto, "fizemos fila como de costume no controle da imigração", explica Thomas. "Mas os policiais do PAF (polícia de fronteiras) não usavam máscaras, nem luvas".

"Não são obrigatórios", explicou uma fonte do aeroporto contactada pela AFP, mas os policiais têm álcool em gel.

"Ninguém nos perguntou nada. Não houve controle de temperatura, não nos perguntaram quais países havíamos visitado antes do Gabão, nem pediram um número de contato, ou nos perguntaram para onde íamos quando deixássemos o aeroporto", relatou.

Três dias depois, Thomas viajou para Nova York, onde quase 19.000 pessoas morreram de COVID-19.

Na chegada, "verificaram a temperatura dos passageiros logo na saída do avião, nos fizeram preencher um formulário completo, no qual tínhamos que indicar nosso endereço, número de telefone e número de assento a bordo. E recomendaram uma quarentena de 14 dias".

- Liberdades individuais -

"Nenhum controle, medição de temperatura, nem máscaras no aeroporto". John Warbo, um sueco que deixou Paris rumo a Estocolmo no domingo, também ficou "um pouco chocado".

Por que Roissy não usa câmeras térmicas como outros aeroportos?

Atualmente testadas em funcionários voluntários, essas câmeras não foram instaladas, porque não foram autorizadas pelos responsáveis locais, diz uma fonte do aeroporto.

O mesmo se aplica a outros detectores. "Mirar um termômetro na testa pode ser considerado por alguns como uma violação da liberdade individual".

Foi "uma viagem muito estranha", diz Séverine Pénin, que acaba de chegar de Roma.

Menos de dez passageiros no avião, uma tripulação que "faz as demonstrações de segurança e depois vai para os fundos do avião, sem reaparecer durante o voo". Ao chegar ao aeroporto, "tudo estava vazio. Foi muito estranho".

Séverine preencheu um formulário no portão de embarque com informações de contato, mas o papel não foi pedido de volta. "Eu ainda o tenho comigo", conta.

Para quem está autorizado a entrar na França, Paris não impõe uma quarentena. Roma, por sua vez, obriga todos os viajantes a se isolarem, exceto os trabalhadores que ficam menos de cinco dias.

Com 306 novas mortes em 24 horas, a França superou os 25.000 óbitos pelo coronavírus na noite de segunda-feira. As autoridades francesas planejam suspender progressivamente, a partir de 11 de maio, as medidas de contenção em vigor desde meados de março.


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