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Estado de Minas

ONU lança busca por vacina contra COVID-19, que soma mais de 190.000 mortos


postado em 24/04/2020 22:19

A ONU anunciou nesta sexta-feira (24) uma iniciativa internacional para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus, enquanto milhões de muçulmanos iniciavam a celebração de um Ramadã em confinamento pela pandemia, que matou mais de 190.000 pessoas no mundo, inclusive mais de 50.000 nos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma iniciativa "histórica", ao reunir vários países, entre eles França e Alemanha, para acelerar a produção de vacinas e tratamentos contra a COVID-19, que deixou mais de 190 mil mortos no mundo.

"É uma colaboração histórica para acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição equitativa de vacinas, de testes de diagnóstico e de tratamentos para a COVID-19", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Lutar contra a atual pandemia será o "esforço de saúde pública mais maciço da história", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O novo coronavírus contagiou 2,77 milhões de pessoas em todo o mundo e deixou 193.930 mortos desde que emergiu em dezembro na cidade chinesa de Wuhan.

O número de novos casos parece ter se estabilizado em torno dos 80.000 diários, após a aplicação de medidas de quarentena em quase todo o mundo, e o balanço diário de falecidos nos países ocidentais parece estar caindo.

A OMS não deixa de insistir, no entanto, em que não é o momento de reduzir os esforços e que uma segunda onda da pandemia pode ocorrer a qualquer momento.

- Um Ramadã diferente -

O mundo muçulmano deu início nesta sexta ao Ramadã, durante o qual os crentes se abstêm de comer e beber do nascer ao por-do-sol, e que é tradicionalmente um período para compartilhar e se reunir. Também é um período de reunião e recolhimento, no qual os muçulmanos vão em massa às mesquitas, sobretudo à tarde e à noite.

Mas a maioria dos muçulmanos no Oriente Médio, no norte da África e na Ásia fecharam as mesquitas e proibiram as congregações noturnas, com o beneplácito das autoridades religiosas.

Na cidade sagrada de Meca, a Grande Mesquita, que costuma receber dezenas de milhares de fiéis durante o Ramadã, estava deserta depois que as autoridades religiosas suspenderam a Umrah, uma peregrinação que os muçulmanos podem realizar em qualquer momento do ano.

Em locais como Bangladesh, Paquistão e Indonésia - o país muçulmano mais populoso do mundo -, clérigos e políticos conservadores recusaram, no entanto, as medidas de distanciamento social e se negaram a cancelar as congregações mas mesquitas.

- "Irresponsável" -

Nos Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia, com 890.000 casos confirmados, o número de mortos pelo novo coronavírus situou-se nesta sexta-feira em 51.017 pessoas, mais de um quarto dos mortos no mundo, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins.

Na véspera, o presidente Donald Trump tinha sugerido a possibilidade de injetar desinfetante industrial em pacientes como forma de combater a COVID-19, após um estudo apresentado por um assessor científico da administração americana.

"Vejo que o desinfetante o nocauteia em um minuto. Em um minuto. Não haveria alguma forma de fazer algo assim como uma injeção no interior ou quase uma limpeza?", questionou, causando assombro na comunidade médica.

"Esta ideia de injetar no corpo ou ingerir qualquer tipo de produto limpante é irresponsável e perigosa", declarou à rede NBC Vin Gupta, especialista em saúde pública e especialista em pulmões e cuidados intensivos.

Diante da comoção que causou, o mandatário assegurou nesta sexta que falou "sarcasticamente". Mais tarde, visivelmente irritado com a polêmica, encerrou a coletiva de imprensa diária sobre o coronavírus após apenas 20 minutos e sem responder perguntas.

- Um colapso econômico -

A pandemia, que confinou mais da metade da população mundial, continua devastando as economias, obrigando as autoridades atentar elaborar planos para incentivar a recuperação rapidamente.

O banco central da Rússia antecipou nesta sexta-feira que sua economia cairá 6% este ano como consequência da epidemia e da forte queda dos preços do petróleo.

E segundo as previsões do Gabinete de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO), o PIB da primeira economia mundial encolherá 12% no segundo trimestre e o déficit federal vai disparar até 3,7 trilhões de dólares, devido às medidas de estímulo financeiro adotadas.

Trump assinou nesta sexta-feira um novo plano de ajuda para as pequenas e médias e empresas e os hospitais de 483 bilhões de dólares, que se somam aos 2,2 trilhões aprovados no fim de março.

Em todo o país, os governadores estudam como suspender as medidas de confinamento de forma progressiva.

Um deles, o governador da Geórgia, recebeu nesta sexta várias críticas por permitir a abertura de negócios onde manter o distanciamento social é complicado, como academias de ginástica, salões de cabeleireiros e estúdios de tatuagem.

- Europa -

Enquanto os líderes da União Europeia adiavam uma decisão sobre um futuro plano de reconstrução, vários países do bloco começavam a abrandar suas restrições e outros, como Itália e França, se preparavam para fazê-lo em breve.

Em uma brisa de esperança, as autoridades sanitárias espanholas anunciaram nesta sexta o melhor balanço diário em um mês, com 367 óbitos para um total de 22.524.

A Itália, o país mais afetado pela pandemia depois dos Estados Unidos, contabiliza 25.549 mortes, mas constata sinais positivos (menos pessoas doentes, menos pacientes em cuidados intensivos e menos mortes por dia). O governo prepara a ativação da "fase 2", que trata de aliviar as medidas drásticas de confinamento em vigor desde 9 de março.

- Subindo a montanha na América Latina -

Enquanto na Europa a curva da pandemia parece começar uma forte descendente, na América Latina está na ascendente e o pior está por vir, segundo a OMS, em particular em países como o Brasil, onde 3.670 pessoas morreram de COVID-19, e o México, que supera os 1.000 mortos.

O México está em uma "fase de ascensão rápida no número diário de casos e vamos continuar tendo mais e mais casos da doença", advertiu o vice-secretário da Saúde, Hugo López-Gatell.

Diante da pandemia, o Peru decidiu manter fechadas todas as fronteiras e aeroportos por tempo indeterminado e a Bolívia voltou a ajustar as datas possíveis das eleições gerais, embora as tenha mantido para 2020.

Um pequeno povoado da Nicarágua, ao contrário, parece não se importar com a propagação do vírus. Centenas de pessoas de San Marcos, 45 km ao sul de Manágua, comemoraram as Festas Patronais sem tomar medidas de proteção contra a pandemia.


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