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Estado de Minas

Irã anuncia lançamento do primeiro satélite militar, em meio a tensões com EUA


postado em 22/04/2020 14:55

A Guarda Revolucionário do Irã anunciou nesta quarta-feira (22) o lançamento com sucesso de seu primeiro satélite militar, uma notícia que coincide com o aumento da tensão com os Estados Unidos na região do Golfo.

Washington afirma que o programa de satélites do Irã acoberta o desenvolvimento de mísseis. Teerã nega a acusação e insiste que seu desenvolvimento aeroespacial é pacífico, transparente e cumpre as obrigações internacionais.

"Sinceras felicitações à Força Aérea dos IRGC (sigla em inglês) por essa grande conquista nacional", tuitou o ministro das Telecomunicações iraniano, Javad Azari Jahromi, em referência aos Guardiões da Revolução do Irã, exército encarregado de defender os valores ideológicos da Revolução Islâmica.

Israel denunciou o lançamento - ainda não verificado por fonte independente - como uma "fachada para o desenvolvimento [empreendido] pelo Irã de tecnologia balística avançada", alegando em comunicado, que o Irã teria violado a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.

A determinação obriga Teerã a "não se envolver em nenhuma atividade relacionada a mísseis balísticos projetados para transportar cargas nucleares, incluindo o disparo de projéteis usando essa tecnologia de mísseis".

O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, disse no Twitter que o lançamento é uma "prova" de que mais pressão deve ser exercida sobre o Irã. "Os aiatolás não diminuíram a ritmo apesar do coronavírus", disse ele.

Em 9 de fevereiro, o Irã lançou, sem sucesso, um satélite de observação científica, chamado "Zafar" ("Victoria", em persa), alguns dias antes do 41º aniversário da Revolução Islâmica.

- Sanções e coronavírus -

Irã e Estados Unidos se aproximaram de um confronto direto em várias ocasiões nos últimos anos.

Em 2018, a rivalidade entre Teerã e Washington aumentou quando o presidente americano, Donald Trump, retirou-se unilateralmente do tratado sobre o programa nuclear iraniano.

Em janeiro deste ano, a tensão voltou a aumentar quando um ataque com um drone dos Estados Unidos matou no Iraque o general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, responsável pelas operações no exterior da Guarda Revolucionária.

Washington já criticou diversas vezes o programa de satélites iranianos. Teerã alega que não tem interesse em adquirir armas nucleares, afirmando que suas atividades aeroespaciais são pacíficas e cumprem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Por outro lado, o presidente Trump afirmou na quarta-feira que deu a ordem de "destruir" qualquer embarcação iraniana que "ameace" navios americanos no Golfo, após o último incidente, em 15 de abril, entre navios americanos e embarcações dos Guardiões da Revolução.

A República Islâmica, um dos países mais afetados do mundo pela pandemia do novo coronavírus, acusa Washington de "terrorismo econômico" pelas sanções aplicadas ao país desde que se retirou do tratado nuclear internacional.

O Irã afirma que as sanções impedem o país de ter acesso a medicamentos e insumos necessários para lutar contra o a COVID-19.

O balanço do país registra quase 5.300 mortes e 85.000 infectados desde o surgimento dos primeiros casos de coronavírus, em 19 de fevereiro.

Mas para analistas, o número real de vítimas fatais e de contaminados no país é muito maior.


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